PUBLICIDADE

Polícia do Rio não vai mudar procedimentos, diz Beltrame

Secretário de Segurança do Estado disse que polícia não pode atirar a esmo, mas depois se contradisse

Por Clarissa Thomé e Talita Figueiredo
Atualização:

O secretário de Estado de Segurança, José Mariano Beltrame, disse nesta terça-feira, 15, que a Polícia Militar do Rio não vai mudar os procedimentos de abordagem. Para ele, os PMs agiram corretamente ao disparar no carro em que estava o administrador de empresas Luiz Carlos Soares da Costa, de 35 anos, vítima de um assalto. Ele reconheceu, no entanto, que os policiais erraram na forma de retirar o assaltante e a vítima. "Não se pode tratar seres humanos daquela forma". Veja também: Vídeo exibe flagrante da morte de administrador no Rio PM do Rio defende policias de ação que matou administrador Infoglobo lamenta a morte do funcionário atingido por PMs Polícia atribui morte de administrador no Rio a ladrão "Qual a polícia do mundo que recebe tiros e não reage? E não peçam para a polícia não reagir. A sociedade não quer que a polícia leve tiros e ela não quer levar tiros. O que ocorre é que criminosos que estão habituados há décadas a darem tiros por muito menos que isso e sempre vão dar tiros na polícia. Se essas pessoas tivessem acatado a ordem da polícia militar de parar e fazer com que a polícia fizesse a abordagem como está treinada para fazer, nada disso teria acontecido." Beltrame disse que os policiais agiram corretamente e cumpriram todos os procedimentos - reagiram aos tiros disparados pelos assaltantes, perseguiram o veículo, chamaram reforços, acenderam sirene e sinalizaram para que o motorista parasse. " Ela foi agredida a tiros e reagiu ainda com um tiro no pneu desse carro". De acordo com o secretário, a polícia só não pode "atirar a esmo, sem saber onde e em quem". No entanto, quando confrontado pelos repórteres de que os PMs não sabiam em quem estavam atirando, Beltrame se contradisse. "A polícia sabia. Eram pessoas... A polícia não teve em momento algum contato com a vítima. A polícia não tinha conhecimento de que a pessoa que estava ao lado estava sofrendo a ação do criminoso. E toda ação se desenvolveu como um criminoso normalmente desenvolve". Beltrame não quis comentar informações de que os PMs teriam dito aos funcionários do Hospital Geral de Bonsucesso que não precisavam "ter pressa", porque os feridos eram criminosos. "Não vou trabalhar em cima de elucubrações. A polícia já salvou muitas vidas. Não vamos deixar uma pessoa (baleada) sofrendo dentro de um veículo e esperar que chegue ali ambulância para remover. A polícia é recomendada a levar as pessoas e dar o pronto-atendimento. O que está errado é em relação à maneira como foi retirada dali", afirmou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.