Polícia investiga mais PMs em chacina de Campinas

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Por Ricardo Brandt
Atualização:

A Polícia Civil investiga a participação de mais policiais militares nas 12 mortes em série registradas em um prazo de quatro horas há 18 dias em uma mesma região da periferia de Campinas. Cinco PMs foram presos temporariamente na quarta-feira suspeitos de envolvimento com as mortes.A Civil investiga se a execução em séria, todas com características de execução, foi uma reação de policiais militares ao assassinato do PM Arides Luís dos Santos, de 44 anos. Ele foi morto com um tiro na cabeça em uma tentativa de roubo a um posto, horas antes da chacina, na mesma região."Prendemos cinco policiais militares suspeitos de participarem das mortes ocorridas aqui em Campinas", afirmou o secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira.Apesar de os pedidos de prisão dos cinco PMs terem sido feitos com base nas provas de envolvimento deles no assassinato de uma das vítimas, Joab das Neves, de 17 anos, a polícia tem elementos que ligam os policiais a outros crimes ocorridos na noite do dia 12 e madrugada do dia 13 - todos na região do Ouro Verde.Há ainda outros policiais militares suspeitos, que ainda não foram presos, que podem ser identificados e terem a prisão temporária pedida para a Justiça por conta da suposta participação na chacina.Nesta quinta-feira, 30, a Polícia Civil começou a trabalhar nas provas colhidas nas casas dos cinco PMs presos. Foram apreendidas pelo menos duas pistolas de mesmo calibre usado na chacina e uma moto que teria sido usada no assassinato de Joab. Em depoimento durante a madrugada de ontem, todos negaram envolvimento com os crimes.O secretário de Segurança Pública esteve ontem em Campinas com o diretor-geral da Polícia Civil, Luiz Maurício Blazeck, e com o comandante-geral da PM, Benedito Roberto Meira, para falar sobre as prisões."As investigações agora serão aprofundadas. Há um conjunto de provas que permitiram a decretação da prisão temporárias", afirmou Grella.Segundo o promotor de Justiça Ricardo Silvares, que acompanha as investigações, há elementos que apontam que o jovem de 17 anos foi morto com requintes de crueldade. "Mataram uma pessoa de 17 anos de forma covarde. Por isso surgiram indícios e essas pessoas precisam ser tiradas das ruas."

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