Policial acusado de corrupção foge em viatura do Deic

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Por AE
Atualização:

Tiros, atropelamento e fuga. Assim terminou a operação da Corregedoria da Polícia Civil para colocar atrás das grades policiais do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) acusados de corrupção. O grupo tentava achacar R$ 17 mil de um comerciante que já havia sido detido por receptar cargas de azeite furtadas em 2009.A ação dos supostos corruptos começou quando cinco homens que se identificaram como policiais foram até a casa do comerciante. Queriam R$ 50 mil para não prender o homem. Ameaçaram com armas em punho a mulher e a filha da vítima. O homem tentou negociar e obteve primeiro uma redução da propina para R$ 30 mil e, depois, para R$ 17 mil. Era manhã de ontem quando os policiais mandaram que o comerciante fosse buscar o dinheiro enquanto aguardavam ao lado da família da vítima.Em vez de dinheiro, o comerciante foi atrás do Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gecep), do Ministério Público Estadual. Os promotores se preparavam para o depoimento da vítima, quando os policiais telefonaram para o comerciante. Queriam saber a razão da demora. Os promotores levaram então o comerciante à Corregedoria.Os corregedores aconselharam a vítima a dizer que ia entregar o dinheiro acompanhado de um advogado - na verdade, um policial da Corregedoria disfarçado. Outros dez corregedores acompanhariam à distância. O local do encontro foi marcado para um posto de gasolina na Rodovia Dutra, em Guarulhos.Às 16h30, quando o comerciante entregou o dinheiro, os corregedores cercaram os três policiais do Deic. Os investigadores reagiram. Houve luta corporal e dois saíram correndo. Um deles, o investigador Sidnei, apanhou uma viatura do Deic sem identificação e arrancou. Atropelou o suposto comparsa - o investigador Moura - e fugiu com o dinheiro. Os corregedores atiraram nos pneus para tentar impedi-lo. Moura ficou ferido na perna e foi detido, assim como outro suspeito, identificado como Valdir. Eles negam as acusações. O policial fugitivo, por meio do advogado, prometeu se entregar. Às 22h40, o defensor deixou o prédio da Corregedoria dizendo que ia buscar o cliente para que ele se apresentasse. A exemplo dos colegas, ele dizia que tudo não passou de um mal-entendido e que o grupo só estava fazendo uma diligência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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