Política barra Mar Morto de concurso de Maravilhas do Mundo

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Por DOUGLAS HAMILTON E ALI SAWAFTA
Atualização:

O Mar Morto será eliminado na próxima semana de um concurso para escolher as sete maravilhas naturais do mundo por causa de um boicote palestino à participação de um conselho de colonizadores de Israel. A exclusão quase certa do lago da competição em que tinha grandes chances de vencer ressalta como os amargos aspectos políticos do conflito no Oriente Médio permeiam todos os aspectos da vida cotidiana palestina, não importa o quão inofensivos, ou mesmo benéficos, eles possam parecer. O Novo 7 Maravilhas da Natureza é um concurso global pela internet sob o slogan "Se queremos salvar alguma coisa, primeiros precisamos realmente apreciá-la". Em 2007, o concurso escolheu as novas maravilhas do mundo feitas pelos homens. As regras determinam que, se um local indicado for situado em mais de um país, todos os envolvidos precisam criar um comitê de apoio oficial até o dia 7 de julho. Israel e a Jordânia já fizeram isso pelo Mar Morto, mas a Autoridade Palestina foi contra. Para o Mar Morto, uma vitória poria em evidência as ameaças ecológicas sofrida pelo lago, cuja profundidade caiu dramaticamente nos últimos 30 anos por conta da exploração humana. "Não formaremos o comitê", afirmou o ministro de Turismo da Palestina, Khouloud Douaibes, à Reuters, porque o comitê israelita "tem se consultado com conselheiros colonizadores em terras ocupadas e isso é contra a legislação internacional". Autoridades na Jordânia se recusaram a comentar o assunto. Mas fontes em Amã afirmaram que o concurso ficou politizado, na medida em que poderia ser explorado por Israel para coonestar a questão dos assentamentos, na qual a Jordânia se alia à Palestina. A posição palestina não foi surpresa para Israel, que há meses previu que o envolvimento do conselho que governa os assentamentos seria um grande obstáculo à participação palestina.

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