30 de maio de 2012 | 09h31
Muitas atrocidades do nazismo ocorreram em solo polonês, e Varsóvia há décadas se empenha em apagar a ideia de que a Polônia teria alguma responsabilidade pelo extermínio de cerca de 6 milhões de judeus durante a 2a Guerra Mundial.
"A Casa Branca vai se desculpar pelo ultrajante engano", disse o chanceler polonês, Radoslaw Sikorski, pelo Twitter na noite de terça-feira. "É uma pena que a ignorância e a incompetência tenham ofuscado uma cerimônia tão importante".
Na quarta-feira, ele acrescentou que não acreditava em má fé de Obama, e sim em um lapso dos redatores do seu discurso.
Obama fez a referência ao entregar postumamente a Medalha Presidencial da Liberdade ao combatente Jan Karski.
Tommy Vietor, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, disse que "o presidente disse errado -- ele estava se referindo aos campos de extermínio nazistas na Polônia. Lamentamos essa declaração equivocada, que não deveria diminuir a clara intenção de honrar o sr. Karski e esses bravos cidadãos que ficaram ao lado da dignidade humana diante da tirania."
O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, também exigiu explicações da embaixada dos EUA. O ex-presidente Lech Walesa, único polonês a ganhar o Nobel da Paz, disse que "deveríamos usar essa enorme gafe para assegurar que ninguém, em lugar nenhum do mundo, nunca mais diga isso".
(Reportagem de Gabriela Baczynska)
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