Porta-voz diz que Bolsonaro orienta ministro Ramos a uma 'interlocução republicana com o Congresso'

Reportagem publicada pelo 'Estado' neste sábado mostra que o governo se esforça para reaglutinar a base governista com emendas parlamentares e distribuição de cargos

PUBLICIDADE

Foto do author Aline Bronzati
Por Aline Bronzati (Broadcast)
Atualização:

O presidente Jair Bolsonaro tem orientado o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, a fazer a interlocução com os congressistas para a agregar a base do governo no Congresso Nacional. "Confiando na capacidade dos seus ministros, o presidente Bolsonaro, neste momento, tem indicado, orientado o ministro Luiz Eduardo para que faça essa interlocução, representando-o nesse diálogo com os congressistas", disse o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, em entrevista coletiva de imprensa, no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde Bolsonaro se recupera de uma cirurgia. Segundo ele, a partir da conexão do ministro Ramos com o Congresso, o governo vai identificar as possibilidades de melhorar a capacidade de inserção das suas ideias junto aos parlamentares. Reportagem publicada pelo Estado neste sábado mostra que o governo se esforça para reaglutinar a base governista com a liberação de emendas parlamentares e distribuição de cargos.

O ministro Luiz Eduardo Ramos (centro) em reunião com deputados da bancada do Paraná na Câmara Foto: ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA LIDERANÇA DO GOVERNO NA CÂMARA

Questionado se essa ação do governo não seria a repetição da estratégia de gestões anteriores e que foram duramente criticadas por Bolsonaro na campanha eleitoral, Barros afirmou que a interlocução do ministro é "republicana" e orientada pelo presidente da República. "A forma como o ministro vem dialogando é uma forma republicana. É uma forma orientada e liderada pelo senhor presidente da República", explicou Barros. "Neste momento, nós entendemos que o mais importante é ter o presidente completamente recuperado para, inclusive, a partir da sua liderança e do seu pensamento estratégico, poder juntar-se ao ministro Luiz Eduardo para apresentações da proposta do governo", acrescentou. Conforme a reportagem do Estado, o governo vai condicionar a liberação de verbas para emendas parlamentares e a distribuição de cargos nos Estados a apoio no Congresso. Para monitorar se deputados e senadores estão sendo fiéis ao governo, o Palácio do Planalto começou a monitorar as redes sociais dos congressistas, os discursos dos políticos na tribuna e ainda a votação de cada um. O objetivo do governo é usar até R$ 2 bilhões dos cerca de R$ 15 bilhões do Orçamento que serão desbloqueados nas próximas semanas para pagar emendas prometidas no âmbito da reforma da Previdência. Em contrapartida, porém, o governo está exigindo de deputados e senadores a aderência aos seus interesses

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.