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Porto de Itajaí volta a operar em sistema de emergência

Por EDUARDO SIMÕES
Atualização:

Cerca de duas semanas após ser parcialmente destruído pelas fortes chuvas, o porto de Itajaí operava em caráter emergencial nesta segunda-feira para dar vazão às mercadorias que já esperavam por embarque antes do seu fechamento. O porto, responsável no ano passado por 55 por cento das exportações de carne suína do país, opera com apenas um berço de atracamento. Os outros dois berços foram levados pelas chuvas, que já mataram 122 pessoas em Santa Catarina. O único berço atualmente disponível foi reparado na semana passada, mas o porto pode receber apenas embarcações de pequeno porte, de entre 150 e 170 metros, pois a profundidade do canal de navegação foi comprometida. Essas embarcações menores estão sendo usadas somente para o transporte para outros portos de contêineres que já aguardavam embarque antes das chuvas. Em condições normais, Itajaí poderia operar com navios de 275 metros. "É um serviço mais para dar vazão às exportações do que para ser considerado uma retomada das operações portuárias", disse à Reuters uma assessora de imprensa do porto. Não há previsão para a retomada das operações normais do porto, segundo a assessoria, o que depende da reconstrução do que foi levado pela correnteza e da realização de dragagem no canal de navegação. O porto suspendeu as operações no dia 21 de novembro, deixando de movimentar uma média de 33,5 milhões de dólares por dia. O ministro-chefe da Secretaria Especial dos Portos, Pedro Brito, pode assinar na terça-feira a ordem de serviço que permite o início imediato da dragagem, cuja licença ambiental já foi liberada pelo governador de Santa Catarina, Luiz Henrique. A estimativa dos operadores do porto é de que, uma vez encerrada a primeira etapa da dragagem, o porto poderá operar com 80 por cento de sua capacidade total. O fechamento do porto de Itajaí, cidade localizada a 100 quilômetros de Florianópolis, teve consequências nas vendas externas do país, o que ameaçou as metas de exportações do governo para este ano. A paralisação das operações do porto também foi apontada como um dos fatores responsáveis por uma queda de quase 50 por cento nas vendas de carne suína ao exterior no mês passado, na comparação com o mesmo mês de 2007, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína. O número de mortos por consequência das enxurrada chegou a 122 neste fim de semana. Entre as vítimas está um homem de 44 anos, morto por um deslizamento de terra após voltar para sua casa sem autorização da Defesa Civil local. Quase 33 mil pessoas ainda estão desalojadas ou desabrigadas e há 29 pessoas desaparecidas, segundo autoridades.

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