
07 de junho de 2012 | 20h25
Em carta ao Irã, Helga Schmid disse que uma oferta das seis potências mundiais para resolver a crise nuclear com o Irã, apresentada em maio em Bagdá, continua válida, mas que mais negociações sobre detalhes ainda são necessárias.
Os seis países - EUA, China, Rússia, Alemanha, França e Grã-Bretanha - pediram a Teerã que pare de enriquecer urânio a 20 por cento de pureza. Governos ocidentais temem que o Irã, ao ultrapassar esse limite, se aproxime perigosamente do grau de pureza necessário para o uso em armas atômicas. A República Islâmica insiste no caráter pacífico das suas atividades.
"Nós nos sentimos muito encorajados se o Irã estiver preparado... para entrar nessas discussões", escreveu ela na carta ao negociador-adjunto Ali Bagheri, à qual a Reuters teve acesso. Diplomatas da UE negociam com o Irã em nome das seis potências.
"Continua sendo a convicção coletiva (das seis potências) que esta proposta continua a representar a base mais promissora para avançar nossas discussões rumo a obter resultados concretos em um estágio preliminar", disse ela.
O Irã nesta semana acusou as potências de relutarem na realização de reuniões preliminares antes do diálogo marcado para Moscou nos dias 18 e 19.
Na carta, Schmid se disse "algo surpresa" com tal alegação, pois as potências mundiais manifestam a disposição de discutir aprofundadamente a proposta, que inclui a desativação de uma usina subterrânea de enriquecimento no Irã e o envio para fora do país do estoque já existente de urânio altamente enriquecido.
"Infelizmente, em Bagdá o Irã não estava preparado para acatar nossa sugestão de entrar em discussões sobre a substância da proposta", escreveu ela.
A imprensa iraniana disse que o negociador-chefe do Irã, Saeed Jalili, escreveu duas vezes à chefe de política externa da UE, Catherine Ashton, solicitando reuniões preparatórias. Schmid é a principal funcionária da equipe de negociação de Ashton.
O impasse sobre o programa nuclear iraniano já dura dez anos, período em que o país foi submetido a várias rodadas de sanções da ONU. As negociações foram retomadas em abril, na Turquia, após um hiato de 15 meses, num momento em que a República Islâmica enfrenta a ameaça de mais sanções por parte dos EUA e da UE.
(Reportagem de Justyna Pawlak; reportagem adicional de Zahra Hosseinian e Andrew Quinn)
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