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PR lança manifesto pedindo a volta de Lula à Presidência

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Por Redação
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O movimento pela volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à disputa presidencial ganhou nesta segunda-feira a primeira manifestação formal, com uma carta aberta divulgada pelo Partido da República (PR) pedindo que o petista se sensibilize e assuma a candidatura no lugar da presidente Dilma Rousseff, que concorrerá à reeleição. O líder do PR na Câmara, Bernardo Santana de Vasconcellos (MG), disse que o manifesto foi assinado por 20 dos 32 deputados do partido e que o documento não pode ser lido como rejeição a Dilma e nem como rompimento com o governo. "Certo de que o Brasil precisa inaugurar um novo ciclo virtuoso de crescimento pela via da conciliação nacional, entendemos que o momento de crise, dentro e fora do país, reivindica a força de uma liderança política com a experiência e o brilho de Luiz Inácio Lula da Silva, no comando da nação brasileira novamente", diz um trecho do manifesto lido pelo líder. Segundo ele, esses deputados representam "cerca de 75 por cento" dos membros do partido com voto na convenção nacional, que determinará em junho quem o PR apoiará durante a eleição desse ano. O deputado disse que não há definição sobre o apoio, apenas uma posição majoritária do PR para que o ex-presidente seja o candidato do PT. Após ler o manifesto, o deputado pendurou na parede uma foto de Lula com a faixa presidencial, reforçando o coro do "volta, Lula", que passa a ter uma campanha oficial de um dos aliados da coalizão de Dilma no Congresso. Dilma ainda é considerada favorita para vencer as eleições, segundo as pesquisas mais recentes, mas a avaliação positiva do governo e o percentual de intenção de votos na presidente tem caído nos últimos meses. "Nós continuamos apoiando a presidente Dilma. Achamos que ela fez um governo excepcional, honrou o legado do Lula, mas estamos com uma crise, que não é culpa dela, é uma crise mundial terrível e que exige na nossa opinião uma pessoa com a experiência que o (ex) presidente tem", disse o deputado a jornalistas ao ser questionado se o partido estava deixando a presidente de lado. Na primeira vitória de Lula, o PR teve um papel importante ao indicar para o cargo de vice-presidente José Alencar, um conhecido empresário que ajudou a dissipar os temores nesse meio com a eleição do PT para a Presidência. Em nome dessa aliança de 2002 é que o PR sugere agora a volta de Lula. Na atual gestão, o partido comanda o poderoso Ministério dos Transportes. Procurado, o Instituto Lula reafirmou, por meio da assessoria, que o ex-presidente não será candidato e apoiará a candidatura de Dilma à reeleição. O líder do PR afirmou que o principal motivo que levou a bancada a tomar essa posição são as dificuldades econômicas do país, que, segundo ele, decorrem de dificuldades externas. "A questão da energia, da inflação, da dificuldade de competitividade com outras economias, todos as dificuldades que estamos passando no momento (nos fizeram tomar essa posição)", afirmou o líder. Questionado sobre a posição pública de Lula, que tem negado a possibilidade de se candidatar, o deputado mostrou-se esperançoso e disse acreditar na "sensibilidade e na brasilidade do presidente". (Reportagem de Jeferson Ribeiro)

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