Praga de percevejos assola cidades dos EUA

Especialistas não têm certeza quanto à causa da nova praga

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Por Agencia Estado
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Depois de acordar à noite com a cama fervilhando de pequenos insetos, Josh Benton não conseguiu dormir direito por meses e manteve uma lanterna e uma lata de inseticida à mão, junto da cama. "Tínhamos medo até de comentar com outras pessoas", disse Benton, referindo-se aos percevejos que invadiram sua casa. "Parece que, de alguma forma, seu estilo de vida encoraja esse tipo de coisa, que você mora num bairro ruim ou num apartamento imundo". Desaparecidos dos EUA há tanto tempo que algumas pessoas achavam que eles não passavam de um mito, os percevejos estão de volta à nação mais poderosa da Terra. Entomologistas e profissionais de controle de pragas informam um aumento dramático na infestação por todo o país, e ninguém sabe exatamente a causa. Antes da 2ª Guerra Mundial, infestações de percevejos erma comuns nos EUA, mas foram virtualmente erradicadas pela melhora na higiene e pelo uso generalizado de DDT nos anos 40 e 50. Percevejos são pequenos insetos de corpo achatado, que se alimentam de sangue de animais e humanos. A picada pode causar coceira e inchaço mas, diferentemente dos mosquitos, não se conhecem casos de doenças transmitidas por percevejos de um paciente para outro. Percevejos são extremamente resistentes e difíceis de exterminar. Especialistas dizem que a presença desse inseto não reflete necessariamente falta de higiene ou saneamento. Ao longo dos últimos quatro anos, informes de percevejos aumentaram significativamente em cidades dos EUA, de Nova York a Honolulu, especialmente em hotéis, hospitais e dormitórios de universidades - todos locais com grande rotatividade de moradores. Segundo uma firma exterminadora de pragas de Atlanta, em 2004 não houve casos de percevejo e, em 2005, foram três ou quatro. Em 2006, só no primeiro semestre, houve 23 chamados relacionados ao inseto. Especialistas não têm certeza quanto à causa da nova praga. Alguns especulam sobre o aumento das viagens internacionais, ou a mudança na estratégia das empresas de dedetização, que passaram a usar inseticidas de forma mais responsável, para preservar a saúde dos moradores e o meio ambiente.

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