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Prefeitura cobra universitário por depredação

Por Luciano Bottini Filho
Atualização:

A Prefeitura de São Paulo pretende cobrar do estudante de arquitetura Pierre Ramon Alves de Oliveira, de 20 anos, os danos que ele confessou ter causado, em depoimento à polícia, na sede da administração municipal, na região central da capital paulista, durante a manifestação do Movimento Passe Livre (MPL) na terça-feira, 18. O caso é tratado pelo secretário de Negócios Jurídicos, Luís Fernando Massonetto, que deverá entrar com uma ação contra Oliveira se ele não arcar com os prejuízos espontaneamente. A Secretaria de Governo Municipal fará um levantamento dos estragos provocados, individualmente, por Oliveira na tentativa de invasão à sede do Poder Executivo. Para isso, serão analisadas as imagens em que o estudante de arquitetura foi reconhecido. Após o relatório da secretaria, Oliveira será notificado para pagar a dívida. Se não quitar o débito, a Procuradoria-Geral do Município entrará com uma ação de cobrança.Os outros envolvidos que forem identificados por atos de vandalismo também poderão ser processados, de acordo com o Executivo. A sede da gestão municipal, no Edifício Matarazzo, no Viaduto do Chá, é tombada pelo Patrimônio Histórico e teve portas e vidros atingidos por depredações e pichações no sexto ato do MPL. O Município constatou também perdas no Theatro Municipal, onde quatro bandeiras foram incendiadas. ArrependidoO estudante, filho de um empresário do setor de transporte de máquinas, foi detido na noite desta quarta-feira, 19, por crime de dano qualificado, prestou depoimento e foi liberado. A polícia fez um pedido de prisão temporária, que foi negado pela Justiça. Na saída do Departamento de Investigações de Crime Organizado (Deic), Oliveira declarou-se arrependido pela conduta. "Peço desculpas a todos os manifestantes do Movimento Passe Livre. Vou responder pelos meus atos, mas estou de cara limpa e gostaria que as outras pessoas que participaram da depredação se entregassem à polícia."O advogado do estudante, Gerson Bellani, afirmou que ele se prontificou a quitar a dívida, ao confessar o crime na delegacia. "Uma das consequências (do crime de dano) é o agente ressarcir a vítima. Ele já se manifestou que tem disposição de ressarcir o dano da Prefeitura", afirmou. De acordo com Bellani, o valor cobrado pelo Palácio do Anhangabaú será avaliado antes do pagamento. A defesa nega, porém, a acusação de incêndio a um carro da Rede Record de Televisão. Assediado pela imprensa, Oliveira disse que se sente perseguido e confuso. Nesta quinta-feira, o universitário passou o dia fora de casa e até o começo da noite não havia conseguido marcar um encontro com o advogado. Equipes de televisão o procuravam em sua casa ao longo do dia, na Vila Ré, na zona leste de São Paulo. "Ele está com medo", disse Bellani.Ao jornal O Estado de S. Paulo, Oliveira disse "que está sendo julgado por uma forma que ele não é". Segundo o estudante, a imprensa distorce a imagem dele.A Polícia Civil já identificou outros quatro amigos de Oliveira, que também teriam participado dos atos de vandalismo. O Deic não confirmou se eles já haviam sido ouvidos até a noite desta quinta-feira. Conforme o advogado, Oliveira encontrou-se com amigos na manifestação, mas eles não participaram de atos de vandalismo. (Colaborou Marcelo Godoy). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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