Premiê etíope Meles, aliado do Ocidente, morre aos 57 anos

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Por AARON MAASHO
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O primeiro-ministro etíope, Meles Zenawi, visto pelo Ocidente como um baluarte contra a militância islâmica, morreu na noite de segunda-feira em um hospital de Bruxelas, após uma prolongada luta contra uma doença. Ele tinha 57 anos. As especulações sobre o estado de saúde dele se intensificaram depois que Meles faltou a uma cúpula da União Africana neste mês em Adis Abeba, capital da própria Etiópia. A imprensa estatal disse que o vice-premiê Hailemariam Desalegn tomará posse como chefe de governo provisório. "O primeiro-ministro faleceu por volta de meia-noite. É hora de que seus restos retornem", disse a jornalistas na terça-feira o porta-voz Bereket Simon, homem de confiança do político. Segundo Bereket, Meles estava doente fazia um ano, e vinha se recuperando bem até ter uma recaída e ser levado às pressas para a UTI. Não foi revelada qual era a doença. Meles assumiu o poder em 1991, substituindo a junta militar comandada por Mengistu Hailé Mariam. Nos anos seguintes, viria a se tornar uma figura política expressiva no continente, além de guiar seu país --um dos mais pobres do mundo-- numa fase de forte crescimento econômico. Em duas ocasiões, ele ordenou que tropas etíopes entrassem na vizinha Somália para combater rebeldes islâmicos. Grupos de direitos humanos o acusam de reprimir com violência as dissidências, mas o Ocidente em geral fazia vista grossa a isso. O governo etíope não informou que doença o acometeu nem onde ele estava sendo tratado. Uma fonte da União Europeia disse que Meles morreu no Hospital da Universidade de Saint-Luc, em Bruxelas.

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