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Presidente da BlackBerry prevê menos aparelhos e foca em lucratividade

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Por Redação
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A BlackBerry, que completou a primeira fase de um plano de recuperação de dois anos, está agora concentrada em lucratividade e não vai se desgastar com o lançamento de muitos aparelhos, disse o presidente-executivo da companhia. John Chen, que assumiu o controle da companhia em novembro de 2013, agiu rapidamente para tentar colocar a empresa que já foi líder do mercado de celulares inteligentes de volta aos trilhos. A BlackBerry vendeu ativos, fez parcerias para reduzir custos de produção e ampliou oferta de aplicativos. A empresa também levantou capital com a venda de imóveis em Waterloo, onde fica a sede da companhia canadense. "Assim que fizermos esta empresa ter lucro de novo, vou fazer tudo o que puder para nunca mais perdermos dinheiro de novo", disse Chen à Reuters. "Estou definitivamente focado nisso." O executivo de 59 anos nascido em Hong Kong fez seu nome na Sybase, uma empresa de software de banco de dados em dificuldades que ele resgatou e vendeu uma década depois para a alemã SAP por 5,8 bilhões de dólares, em 2010. "Vamos sobreviver como companhia e agora estou confiante", disse Chen. "Estamos administrando a cadeia de fornecedores, estamos administrando estoques, estamos gerenciando o caixa e temos despesas agora em um nível que é muito administrável. A BlackBerry sobreviveu, agora temos que buscar crescimento." Um ano depois de Chen ter assumido a BlackBerry, a empresa parece ter retomado algum fôlego. A companhia voltou a contratar funcionários e começou a adquirir pequenas empresas e investir em crescimento. "Ele entrou para pegar uma faca que estava caindo de ponta, que era o que a BlackBerry era num momento em que estava tendo prejuízo de mais de 1 bilhão de dólares", disse Prem Watsa, cuja Fairfax Financial Holdings é uma importante acionista da empresa e que ajudou a apoiar da recapitalização da companhia. Apesar do progresso, muitos analistas ainda precisam ser convencidos. Dados da Thomson Reuters mostram que 25 de 37 analistas que avaliam a BlackBerry tem recomendação de "manter" para as ações da empresa. Apenas um recomenda "compra" e o restante classifica o papel como alvo de "venda". Para impulsionar o crescimento, a BlackBerry está lançando sua mais recente plataforma de administração de dispositivos móveis, a BES 12, esta semana. O sistema vai permitir que as empresas e agências de governo gerenciem não apenas aparelhos BlackBerry em suas redes internas, como também dispositivos com sistemas operacionais rivais, como Android, Windows e iOS. Em dezembro, a companhia vai lançar o BlackBerry Classic, um aparelho similar ao antigo popular da marca, o Bold. Em setembro, a BlackBerry anunciou o primeiro lucro trimestral ajustado para a divisão de celulares em cinco trimestres. A empresa está "razoavelmente confortável" de que pode continuar fazendo dinheiro com a divisão de celulares, uma vez que as margens operacionais subiram com o lançamento do incomum modelo Passport. "Estou feliz com a receptividade do design. Estou feliz que este produto teve sucesso, mas não fizemos muitos deles, então a oferta está limitada em quase todas as regiões." A empresa ainda não decidiu sobre quais modelos serão lançados em 2015, disse Chen, acrescentando que o foco ficará sobre um conjunto de celulares inteligentes que têm mais chance de sucesso. Isso inclui pelo menos um aparelho totalmente novo e reformulações dos modelos Passport, Classic e do Z3. "Não vou fazer um aparelho genérico só porque tem uma tela de 5 polegadas sensível ao toque", disse Chen, referindo-se à ampla gama de modelos bastante padronizados que está no mercado atualmente. "Os chineses podem fazer um por 75 dólares, eu não consigo os componentes para fazer um por 75 dólares." (Por Euan Rocha) ((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447753)) REUTERS AAJ LB

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