PUBLICIDADE

Presidente do Peru troca gabinete chefiado por premiê mais radical e sinaliza moderação

Chefe de gabinete e todos os ministros entregam o cargo a pedido de Pedro Castillo

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

LIMA - O presidente do Peru, Pedro Castillo, deu início a uma reforma ministerial com apenas dois meses de mandato nesta quarta-feira, 6, após a renúncia de seu primeiro-ministro e de todo o gabinete ministerial. Citando instabilidade após a desvalorização da moeda local, Castillo aceitou a renúncia de Guido Bellido Ugarte, da ala mais à esquerda do Peru Libre, em um movimento que sugeriu moderação. O novo gabinete deve ser anunciado ainda nesta quarta-feira.

PUBLICIDADE

"Informo ao país que no dia de hoje aceitamos a renúncia do presidente do Conselho de Ministros, a quem agradeço pelos serviços prestados", declarou Castillo durante o breve pronunciamento.

A renúncia do primeiro-ministro também afeta o restante do gabinete, de acordo com as normas locais. Bellido foi nomeado em 29 de julho para chefiar o primeiro gabinete do governo de Castillo, eleito em julho em uma apertada disputa contra a direitista Keiko Fujimori.

Guido Bellido (E)presta juramento como presidente do Conselho de Ministros diante do presidente Pedro Castillo Foto: Ernesto Arias/AP

O presidente evitou dar detalhes sobre a renúncia e anunciou que o novo chefe de gabinete e seus membros se reunirão à noite, a partir das 20h locais (22h no horário de Brasília).

“Tendo cumprido todas as funções correspondentes à instituição, apresento minha irrevogável renúncia ao cargo da Presidência do Conselho de Ministros conforme o senhor solicitou”, disse Bellido, que voltará ao Congresso para exercer funções como parlamentar do partido Peru Livre.

Bellido é um membro linha-dura do governante Peru Livre, um pequeno partido marxista-leninista que, para surpresa geral, conquistou a presidência do Peru com Castillo.

Moderação

Publicidade

A instabilidade coloca Castillo em uma situação de fragilidade. O esquerdista não têm o Congresso, controlado por uma aliança de partidos de oposição até 2023. Graças à constituinte do governo Alberto Fujimori (1990-2000), o presidente pode perder a confiança do Parlamento e ser submetido a um processo de impeachment, como aconteceu com o ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski.

Durante o breve pronunciamento desta quarta-feira, Castillo reiterou sua invocação aos setores econômicos, políticos e sociais à mais ampla unidade para alcançar objetivos comuns para tirar o país da recessão. “É hora de colocar o Peru acima de todas as ideologias e posições partidárias isoladas”, declarou. / AFP  eEFE

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.