Preso delegado acusado de comandar fraudes em CNHs

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Por AE
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Dois dias depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) mandar soltar 18 acusados de integrarem a máfia das carteiras de habilitação, o juiz Rodrigo Aparecido Bueno de Godoy, da 1ª Vara Criminal de Ferraz de Vasconcelos (SP), decretou ontem a prisão temporária de mais dez envolvidos no esquema criminoso, suspeito de ter fraudado 200 mil CNHs só em São Paulo. O grupo atuaria em pelo menos outros sete Estados. Cada lote (com 1.305 carteiras fraudadas) rendia à máfia R$ 2,3 milhões. Foram presos o ex-delegado seccional de Mogi das Cruzes Carlos José Ramos da Silva, o Casé, e Marcos Jorge Américo Trofelli, funcionário da prefeitura de Ferraz cedido à Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) da cidade. Casé é apontado como líder do grupo e sem ele, acredita o Ministério Público, o esquema jamais funcionaria. Ao todo, a Corregedoria da Polícia fez 21 pedidos de prisão, mas não incluiu Casé. O MP pediu, então, a prisão do ex-seccional à Justiça. Os demais acusados, incluindo quatro policiais civis, seguiam foragidos. A Operação Carta Branca 2 estava marcada para hoje. As prisões só foram antecipadas porque Casé foi ao Fórum de Ferraz no exato momento em que o juiz expedia os mandados. Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Guarulhos suspeitam que tenha havido vazamento de informações. Os pedidos de prisão contra outros 12 suspeitos - entre médicos e psicólogos - foram negados pelo juiz. A necessidade de uma segunda ofensiva contra a máfia das carteiras surgiu durante a análise da documentação apreendida na primeira operação. A peça principal foi uma agenda encontrada na casa do investigador Aparecido da Silva Santos, o Cido. Nela havia indicações de valores semanais, ao lado dos nomes de delegados, investigadores e funcionários da Prefeitura de Ferraz que atuavam na Ciretran. As informações são do Jornal da Tarde.

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