Preso no AM condutor do barco Comandante Sales

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Por PAULA LITAIFF
Atualização:

A polícia deteve por volta das 16h de hoje Luis Sales da Silva, condutor do barco Comandante Sales, que naufragou no último dia 4 no Rio Solimões, na altura de Manacapuru, a cerca de 60 quilômetros de Manaus, no Amazonas, provocando a morte de 48 pessoas. O barco levava cerca de 100 passageiros. Luis Sales da Silva, de 43 anos, teve a prisão preventiva decretada esta semana pelo juiz da 2ª Vara de Manacapuru, Luis Cláudio Chaves. Ele é irmão do dono da embarcação, Francisco Sales da Silva, que morreu no acidente. Chaves disse que decidiu julgar pela prisão após ouvir relatos de sobreviventes que afirmaram terem visto Luis Sales comandar o barco minutos antes do naufrágio. Segundo a Capitania dos Portos da Amazônia, a embarcação Comandante Sales estava irregular. O barco já havia sido apreendido anteriormente por não ter licença para navegar. Até às 21h (horário de Manaus), Luis Sales da Silva prestava depoimento na delegacia do município de Manacapuru. Segundo o delegado local, Antonio Rodrigues da Silva, inicialmente, o comandante negou que tivesse no comando do barco quando ele naufragou, mas depois Sales caiu em contradição. O condutor tinha seu nome incluído na lista de desaparecidos, mas testemunhas afirmaram que Luis Sales da Silva estava vivo. O delegado afirmou que o preso confirmou não possuir habilitação para pilotar o barco. Sobre as declarações de testemunhas à polícia de que ele estaria bêbado no momento do acidente, o condutor negou. "Ele alegou que havia bebido apenas duas latas de cerveja", afirmou o delegado. À polícia, Luis Sales da Silva contou ainda que no dia do acidente somente ele e seu irmão trabalhavam no barco. Francisco teria guiado o Comandante Sales no início da viagem. Cerca de 10 minutos depois da partida, Luis assumiu a direção. Pouco depois, uma espécie de redemoinho teria provocado o naufrágio. Amanhã, Luis será levado a uma hospital para passar por exame de corpo de delito e, em seguida, encaminhado ao presídio do município. Antônio Rodrigues disse que cerca de 40 pessoas já foram ouvidas sobre o caso. O delegado pretende concluir o inquérito até o próximo dia 2. As buscas por desaparecidos foi encerrada na segunda-feira passada.

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