Preso suspeito de vender remédio falso contra câncer

PUBLICIDADE

Por Solange Spigliatti
Atualização:

Foi preso ontem em Goiânia Nilson Hermes Piretti Junior, acusado de fabricar e comercializar medicamentos para a cura do câncer e para emagrecimento, entre outras doenças. Ele foi preso junto com sua namorada, que sofre com um câncer na cabeça, quando retornava de uma viagem a Tocantins. Segundo o delegado, o suspeito movimentava de R$ 5 mil a R$ 15 mil por mês com a venda dos kits.Segundo o delegado Edemundo Dias de Oliveira Filho, titular da Delegacia Estadual da Defesa do Consumidor de Goiás, ele enviava para várias regiões do País o kit falso contra o câncer denominado "Aveloz", com o preço de R$ 280 cada. O kit contém cápsulas de urucum e óleo de copaíba e o de emagrecimento era fabricado a base de água e menta, de acordo com a polícia.Os remédios eram produzidos há cerca de dois anos e meio em fábricas rudimentares em três endereços: um em sua própria casa, outro na casa da mãe e outro na da namorada. Nilson também alimentava um site chamado "Amigos do Bem", onde vendia os medicamentos. Lá, ele se passava por cliente e simulava testemunhos de pacientes com câncer que teriam se curado com os produtos. Na casa da mãe foram encontrados cerca de três toneladas de produtos diversos, como medicamentos e cosméticos, embalagens, folders e propagandas sobre o kit e notas fiscais frias, além de comprovantes de despacho pelos Correios. Conforme o delegado, o suspeito viajava muito e usava postos de correio, lan houses e caixas eletrônicos em lugares diferentes para não ser localizado.A investigação da polícia começou em junho deste ano a pedido da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após denúncias contra o remédio. De acordo com o delegado, há casos em que doentes interromperam o tratamento tradicional contra o câncer para apenas usar o kit. Nilson está preso na delegacia de Defesa do Consumidor e deve prestar depoimento amanhã.A policia pede que as pessoas que compraram os kits pelo correio entrem em contato com a Delegacia Estadual da Defesa do Consumidor pelo telefone (62) 3201 2780 ou por meio do site policiacivil.gov.br.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.