Presos em SP três sindicalistas acusados de extorsão

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Por Tatiana Favaro
Atualização:

Três representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários e Anexos de Campinas e Região foram presos ontem por suspeita de extorsão. Hoje, o advogado Haroldo Cardella entrou na Justiça com pedido de relaxamento de prisão ou liberdade provisória para a advogada Kátia Roberta de Souza Gomide, o jornalista Marcos Cará e o tesoureiro do sindicato, Gabriel Francisco Souza. Segundo o delegado Rui Pegolo, da Delegacia de Investigações Gerais, os três foram presos em flagrante ontem, na sede da empresa Master Saúde. A empresa de planos de saúde havia feito denúncia ao Ministério Público e à Polícia Civil sobre um pedido de R$ 600 mil para que o sindicato apoiasse a contratação da Master para os planos de saúde dos trabalhadores no transporte coletivo de Campinas. Segundo informou a empresa à polícia, o valor seria dividido em três vezes. A primeira parcela seria de R$ 180 mil. Durante a reunião realizada na sede da Master Saúde, microcâmeras registraram uma negociação na qual a advogada reclama a tentativa dos representantes da empresa de não pagarem o valor. "Tá pensando que está falando com quem, com uma idiota?", pergunta Kátia. As conversas também mostram os sindicalistas falando em greve. "São ameaças, eles falam em prejuízo para todo mundo, caso a empresa não pague o valor", afirmou o delegado Rui Pegolo. Segundo Pegolo, o inquérito deverá ser concluído em dez dias. Hoje, o presidente do sindicato, Matusalem de Lima, depôs na sede da delegacia. Segundo disse o advogado Haroldo Cardella, Lima informou o delegado sobre um acordo feito entre o sindicato e a Master Saúde de uma doação espontânea de R$ 600 mil para a construção de uma sede própria. "Ele compareceu espontaneamente. Várias empresas procuram o sindicato para ter apoio junto à Transurc (Associação das Empresas do Transporte Urbano de Campinas), que contrata o plano de saúde. O que houve foi uma indignação porque a empresa falou em doar um dinheiro para a compra da sede e depois voltou atrás", afirmou o advogado. "Daí a falar em extorsão é muito distante." O advogado pediu o relaxamento da prisão sob a alegação do flagrante ter sido preparado.

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