PRÉVIA-Apple navegará águas revoltas, à espera pelo novo iPhone

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Por Redação
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A Apple vai enfrentar um fenômeno incomum ao reportar os mais recentes resultados trimestrais: expectativas modestas. Poucos analistas esperam que a mais valiosa empresa de tecnologia --que costuma superar as expectativas de Wall Street-- volte a apresentar um trimestre de recordes, na terça-feira, em função da espera dos consumidores pelo novo iPhone. A Apple pode surpreender os agentes de mercado, mas muitos analistas e investidores de Wall Street lembraram que a espera pelo novo iPhone, no ano passado, levou a empresa a não alcançar as projeções no quarto trimestre, pela primeira vez em anos. O iPhone 5 só deve chegar às lojas em outubro --bem em tempo para a temporada de festas-- com tela maior e mais fina e recursos de busca aperfeiçoados. Se somada a desaceleração das economias da Europa e China, os maiores mercados da empresa fora da América do Norte, o otimismo sobre a queridinha de Wall Street é ainda menor do que vinha sendo nos últimos anos. "A Apple não é mais a empresa que supera as projeções a cada trimestre", disse Tim Lesko, diretor de carteira da Granite Investment Advisors, que detém ações da Apple. "Espero que a Apple supere as projeções internas da empresa, mas não sei se superará as de Wall Street". Tony Sacconaghi, analista da Bernstein Research, vê chance razoável de que a Apple deixe de cumprir suas projeções de faturamento, mencionando "a fraqueza macroeconômica na China e Europa, a pausa no ciclo de produto do iPhone, uma introdução mais tardia que a esperada do novo iPad na China e a chegada no final do trimestre dos novos notebooks Mac". Qualquer solavanco na demanda pelo smartphone mais vendido pode ter forte impacto sobre o faturamento e o lucro da Apple, já que o aparelho lançado cinco anos atrás responde por quase 50 por cento das receitas da Apple. E isso surge em um momento no qual a Samsung Electronics e outros fabricantes que utilizam o software Android do rival Google estão roubando mercado da companhia líder. A expectativa é de que a Apple registre lucro de 10,35 dólares por ação no terceiro trimestre fiscal, com faturamento de 37,2 bilhões de dólares, de acordo com a Thomson Reuters I/B/E/S. Mas alguns analistas de Wall Street apostam que os números ficarão abaixo disso. O faturamento da Apple pode ficar 0,2 por cento abaixo de sua projeção média, de acordo com a SmartEstimates, da Thomson Reuters Starmine, que confere maior peso às projeções mais precisas dos analistas mais bem classificados. IPAD NA CHINA Alguns analistas, entretanto, acreditam que o mercado esteja subestimando o impacto do lançamento tardio do iPad na China, um ponto de intensa expansão para a empresa e forte propulsor de crescimento. As vendas na China, Hong Kong e Taiwan triplicaram, para 7,9 bilhões de dólares, no segundo trimestre, e responderam por cerca de 20 por cento do faturamento total de 39,2 bilhões de dólares da Apple. A empresa costuma lançar um novo modelo do iPhone a cada ano, mas ainda não revelou detalhes sobre o novo modelo. No entanto, pessoas próximas à situação informaram à Reuters que o novo iPhone terá tela maior e que a Apple começou a fazer encomendas de novas telas a fornecedores da Coreia do Sul e Japão. Enquanto isso, o iPhone 4S está no mercado há apenas três trimestres e continua relativamente novo, sob qualquer critério. Mas muitos fãs do iPhone agora o veem como produto cíclico com cronogramas de lançamento razoavelmente previsíveis, e preferem esperar alguns meses para comprar o modelo novo, segundo analistas. Wall Street estima que a Apple tenha vendido 29 milhões de iPhones no segundo trimestre, ante 35,1 milhões no período precedente. As vendas do novo iPad, que devem atingir de 14 milhões a 15 milhões de unidades, podem compensar em parte a queda do iPhone. Além da preocupação com as vendas do iPhone, Wall Street está preocupada com a ascensão de Google e Amazon no mercado móvel, especialmente com o lançamento do Nexus 7, um tablet menor e mais barato do Google que vem ganhando popularidade. Mas o mercado não chega a estar pessimista quanto ao longo prazo para a maior companhia mundial de tecnologia por valor de mercado, e a maior parte dos observadores acredita que a Apple recuperará o volume de vendas perdido do iPhone no trimestre do Natal. "No quadro geral, a queda não importa", disse Shaw Wu, analista da Sterne Agee. "Eles continuam por cima, no panorama mais amplo. A situação atual é passageira". (Por Pornima Gupta)

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