Procurador quer apurar ameaças a ambientalistas no MT

Greenpeace e Operação Amazônia Ativa iriam sobrevoar região e identificar áreas florestais com gado

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Por FÁTIMA LESSA
Atualização:

O Procurador da República em Mato Grosso, Mário Lúcio Avelar, determinou que a Polícia Federal investigue denúncias de que nove ambientalistas do Greenpeace e da organização Operação Amazônia Ativa, além de dois jornalistas franceses, teriam sofrido ameaças de morte de fazendeiros e políticos de Juína, a 735 quilômetros de Cuiabá. As ameaças, segundo denúncia protocolada no MPF em Cuiabá, aconteceram em 19 de agosto. Imagens das ameaças, ofensas e expulsão do grupo foram entregues ao Ministério Público.   Segundo relatos, os ambientalistas foram mantidos sob vigilância durante toda uma noite em um hotel de Juína. Ao chegarem na cidade, foram abordados pelos fazendeiros que desejavam saber quem eram e o que faziam no município. Na manhã seguinte, o grupo foi cercado por dezenas de fazendeiros e pelo presidente da Câmara de Vereadores, Francisco Pedroso, que exigiam esclarecimento sobre os objetivos da visita.   O grupo foi levado para a Câmara de Vereadores, onde foi organizada uma sessão especial que contou com a presença do prefeito do município, Hilton Campos (PR), o presidente da Câmara e o presidente da Associação dos Produtores Rurais da região de Rio Preto (Aprup), Aderval Bento, além dos vereadores e de mais de 50 fazendeiros. Depois, foram expulsos da cidade. Na saída, fazendeiros insultaram e ameaçaram o grupo, que foi escoltado por duas viaturas policiais até o aeroporto.   A missão foi cancelada. O grupo deveria ter seguido à terra indígena Enawe-Nawe, onde vivem 510 índios. A viagem tinha por objetivo documentar a área desmatada e mostrar a convivência de um povo indígena que ainda não fala português. A área onde está localizada a terra indígena está em disputa entre os índios e fazendeiros. O Greenpeace pretendia sobrevoar a região e identificar áreas florestais em que haveria criação de gado.

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