Produtor é orientado

Cooxupé, Ipanema Coffees e Caccer assessoram pequenos cafeicultores no beneficiamento da safra

PUBLICIDADE

Por Niza Souza
Atualização:

A Cooperativa de Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), no sul de Minas, também incentiva os cooperados a melhorar a qualidade do café, pagando prêmios por lotes especiais. "Em 2002 criamos um departamento de novos produtos para procurar mercados para os cafés especiais", diz o gerente do departamento, Alexandre Vieira Costa Monteiro. A cooperativa deve receber este ano 5 milhões de sacas, das quais 1,5 milhão serão exportadas. "Já são cafés excelentes, pois o mercado externo é exigente. Mas apenas 300 mil serão especiais", diz. "Os produtores menores também podem produzir café especial. Orientamos a esperar o momento certo para iniciar a colheita, quando restarem apenas 2% a 3% de grãos verdes na lavoura; a ter cuidado na secagem e não deixar o café pernoitar no terreiro." Oferecer um canal de venda de cafés especiais para pequenos e médios cafeicultores também é o foco de um projeto do Grupo Ipanema Coffees, um dos mais tradicionais produtores de café do País. A maioria dos parceiros é de pequenos e médios produtores. "Orientamos e acompanhamos a produção. Depois provamos os lotes e comercializamos. A diferença de preço é dividida com o produtor", explica o diretor de Mercado Externo, Edgard Bressani. Parceiro O produtor Raymond Rebetez, da Fazenda Irarema, em São Sebastião da Grama (SP), é um dos parceiros da Ipanema. Para melhorar a qualidade do café, investiu numa unidade de beneficiamento, além de reformar o terreiro. "Este ano a produção será de 12 mil sacas, metade de alta qualidade", diz. Como é um volume pequeno para exportar, Rebetez associou-se à Ipanema. "Minha fazenda é certificada e a bebida produzida é de alta qualidade. Só com isso já agrego US$ 20 por saca. Com a parceria,ganharei mais US$ 15 por saca." No cerrado mineiro, referência em cafés de qualidade, o Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado (Caccer) trabalha para melhorar a venda dos especiais. "Não adianta o produtor fazer um bom café se não tem como vender mais caro", diz o superintendente, José Augusto Rizental. Para traçar estratégias, o Caccer criou em 2007 um comitê comercial. O Caccer venderá este ano 2,5 milhões de sacas, sendo 150 mil classificadas como especiais. "Agregamos de 10% a 20% no valor destes lotes", afirma. Além da comercialização, ele diz que as cooperativas e associações ligadas à entidade também investem no trabalho de capacitação dos cafeicultores, principalmente de pequenos e médios. "Tem produtor que nem sabe a qualidade de seu café."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.