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Promotor defende MP no caso de moça presa no PA

Por CARLOS MENDES
Atualização:

O promotor de Justiça Lauro Freitas Junior, que acompanha inquérito aberto pela polícia, defendeu o Ministério Público da acusação de suposta negligência no caso da jovem L.S.P, que ficou presa numa cela com 20 homens durante 15 dias no município paraense de Abaetetuba. O promotor disse que ela foi detida no dia 21 de outubro, mas a informação de que ela seria menor de idade só foi denunciada ao órgão no dia 14 deste mês. Assim que soube do fato, o promotor pediu ao superintendente da Polícia Civil na região, Fernando Cunha, para que verificasse a idade dela. Se fosse menor, deveria ser liberada. No caso de ser maior de idade, deveria ser transferida para uma penitenciária feminina. Ela saiu da delegacia no dia seguinte, disse Freitas Junior. A dúvida aconteceu, segundo ele, por conta do nome fornecido pela jovem no ato da prisão. As iniciais relatadas por ela seriam L.S.P, que responde por quatro crimes, todos tentativa de furto. Para Freitas Junior, a dúvida ocorreu porque na certidão de nascimento apresentada pela jovem constavam sobrenomes diferentes, com as iniciais L.A.B., nascida no dia dez de dezembro de 1991, o que a colocaria na condição de menor. "No começo pensamos que se tratava de duas pessoas diferentes, mas ainda vamos verificar a veracidade da certidão de nascimento", adiantou o promotor. Tudo será esclarecido no procedimento criminal que o MP abriu hoje em Abaetetuba. A jovem será chamada a depor assim como os policiais e pais de L.S.P. Adiantando-se ao MP, o chefe da Polícia Civil, Raimundo Benassully, anunciou o afastamento imediato do superintendente da Polícia Civil do Baixo-Tocantins, Fernando Cunha, e da delegada Flávia Verônica, que fez o flagrante de tentativa de furto contra a jovem no dia 21 de outubro. A corregedora da Polícia, Joaquina Pereira, ouviu L.S.P em depoimento sigiloso hoje. As declarações foram assistidas pela coordenadora do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca) no Pará, advogada Celina Hamoy. L.S.P. reafirmou as acusações contra policiais e presos, afirmando que sofreu agressões físicas e foi obrigada a praticar sexo com alguns detentos em troca de um prato de comida.

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