Promotor indicia 86 por 'planejar golpe' na Turquia

Indiciamento do grupo, que inclui jornalistas, é resultado de inquérito iniciado em 2007.

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Por Da BBC Brasil
Atualização:

Um promotor da Turquia indiciou nesta segunda-feira 86 pessoas sob a acusação de planejarem um golpe contra o governo, que é dominado por um partido de raízes islâmicas. Entre os indiciados estão ex-lideranças do Exército turco, o líder de um pequeno partido de esquerda e vários jornalistas de oposição ao governo. O promotor, Aykut Cengiz Engin, disse que 48 dos indiciados já estão sob custódia. Segundo ele, os processos "cobrem crimes como a formação e administração de um grupo terrorista armado, participação em grupo terrorista, ajudar um grupo terrorista armado e tentar derrubar o governo à força". Os indiciamentos são resultado de uma investigação iniciada em 2007 sobre um grupo ultranacionalista conhecido como Ergenekon, ligado a explosivos que foram descobertos em uma casa em Istambul há um ano. O grupo de extrema-direita teria como uma de suas bases a defesa do secularismo do Estado turco. Sharia Críticos do governo questionaram se a decisão de indiciar os 86 suspeitos não é uma tentativa do governo de enfraquecer seus oponentes. Segundo o correspondente da BBC em Istambul, David O'Byrne, os indiciamentos foram apresentados à Corte Criminal da Turquia, que irá agora decidir se há de fato motivos para processar os suspeitos. Em 1928, a Turquia adotou o secularismo do Estado, mas o partido ao qual é ligado o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, o AKP, é acusado de ter atividades anti-seculares. No momento, a Corte Constitucional do país está analisando uma ação contra o partido em que a agremiação é acusada de ter como objetivo introduzir a Sharia (lei islâmica) na Turquia - o que violaria o estabelecido na Constituição. A ação pede que o AKP seja extinto. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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