Promotor pedirá novo julgamento do caso Dorothy no PA

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Por CARLOS MENDES
Atualização:

O promotor Edson Souza, responsável pela acusação aos envolvidos no assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, disse hoje que pedirá um novo julgamento do fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura, mais conhecido como Bida, absolvido ontem da acusação de ter sido o mandante do crime. Para Souza, o vídeo em que outro acusado de intermediar o crime, Amair Feijoli da Cunha, mais conhecido como Tato, aparece inocentando Bida foi gravado dentro da cadeia e teve influência sobre os jurados, pesando na absolvição. O promotor tem cinco dias para apresentar o recurso, mas só irá oferecê-lo no último dia do prazo, após a publicação da sentença de absolvição do fazendeiro no Diário Oficial. "Acho muito estranho que esse vídeo tenha sido produzido agora, quando todos os fatos anteriores apontavam o contrário do que Tato agora diz", acrescentou. O advogado Eduardo Imbiriba, que defende Moura, disse lamentar o comportamento de Souza, afirmando que a acusação de corrupção de testemunha, contida nas declarações dele prestadas hoje a uma emissora de televisão de Belém, "precisam ser provadas". Imbiriba reagiu: "Ele não se conforma com a absolvição e nem que a verdade tenha aparecido." Segundo ele, a Justiça não existe só para condenar, mas também absolver, principalmente quando não há provas visando a prisão de um acusado. "É preciso ter serenidade e bom senso nessas horas e não fazer acusações sem provas", resumiu. O bispo do Xingu (PA), d. Erwin Krautler, um dos marcados para morrer no Estado, disse que a impunidade estimula novos crimes e gera insegurança em religiosos, líderes populares e trabalhadores rurais que lutam pela reforma agrária.

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