Promotora denuncia à Polícia ameaças de morte em AL

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Por RICARDO RODRIGUES
Atualização:

A promotora de Justiça Salete Adorno, da Comarca de Pão de Açúcar, em Alagoas, comunicou hoje à Polícia Civil de Alagoas que está sofrendo ameaças de morte e pediu a abertura de inquérito para investigar os telefonemas, as mensagens e os recados ameaçadores que tem recebido. Segundo Salete, as ameaças teriam partido de políticos incomodados com sua atuação como promotora eleitoral do município. O pedido foi feito durante reunião com os delegados Edinaldo Marques, de Pão de Açúcar; Rodrigo Cavalcanti, da Regional de Batalha, e o diretor das delegacias do Sertão, Leonardo Assunção, na sede da Polícia Civil. A promotora estava acompanhada do promotor da Vara de Execuções Penais, Flávio Gomes, que é diretor da Associação do Ministério Público de Alagoas (Ampal). Durante a reunião com os delegados, a promotora revelou que vinha sofrendo ameaças desde maio, quando mandou apreender 250 cestas básicas e cerca de 5 mil folhetos com conteúdo eleitoral. "No entanto, o problema se agravou a partir da última sexta-feira, quando passei a receber telefonemas e recados ameaçadores, depois de impugnar candidatos a prefeito e a vereador da região", afirmou a promotora. Salete declarou ainda que sua preocupação aumentou quando foi alertada por pessoas de Pão de Açúcar, que - dizendo-se receosas - tentaram convencê-la de que sua presença no município já não seria segura. Ela revelou ainda que a juíza-substituta Maria Valéria Lins Calheiros decretou a quebra do sigilo telemático (Internet), mas que essa investigação só será possível com a colaboração da Polícia Federal. Por isso, a promotora pediu ajuda da Polícia Civil que lançasse mão da parceria com a PF para solicitar um laudo sobre a questão. "Só assim vão descobrir de onde estão partindo as ameaças por e-mails e pelo MSN que estou recebendo", observou. "Estou aqui para apresentar toda documentação, possibilitando assim a abertura de inquérito", frisou a promotora. O delegado Rodrigo Rocha Cavalcanti recolheu toda documentação entregue por Salete e anunciou a abertura de inquérito policial para apurar as ameaças de morte contra a promotora de Justiça. Ele disse que deve começar a ouvir os depoimentos de testemunhas ainda esta semana.

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