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Protesto de assentados fecha Transamazônica no Pará

Por CARLOS MENDES
Atualização:

Mais de 300 agricultores de assentamentos do oeste do Pará fecharam por doze horas a rodovia Transamazônica no km 635, à altura da cidade de Altamira, protestando contra decisão da Justiça Federal de interditar 99 assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na região. Por causa de supostas irregularidades, cinco diretores do Incra de Santarém foram afastados ontem do cargo por 60 dias e terão quebrados os sigilos fiscal, bancário e telefônico. Os manifestantes foram para frente da sede da Procuradoria da República em Altamira e alegaram que estão sofrendo prejuízos com a interdição. O procurador Marco Antonio Almeida disse que a manifestação era "financiada por madeireiros", os mesmos que estariam se beneficiando das irregularidades para devastar as florestas de Santarém e Uruará. A direção da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) em Altamira rebateu em nota a acusação, garantindo que o protesto foi organizado pelos próprios agricultores. Procuradores da República no Pará e representantes do Incra conseguiram avançar nas negociações sobre a regularização dos assentamentos impugnados. O Instituto se comprometeu a colocar 24 equipes em campo a partir de amanhã, depois da apresentação de um cronograma para as vistorias nas áreas. As vistorias devem seguir até o dia 22 de dezembro. Para garantir a legalidade dos projetos de reforma agrária e seguindo a orientação do Ministério Público Federal, serão priorizados os assentamentos não ligados às atividades madeireiras.

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