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Províncias iraquianas fecham as portas a refugiados, diz ONU

País tem 2,2 milhões de refugiados internos; regiões 'estão sobrecarregadas'.

Por Sebastian Usher
Atualização:

O Iraque está se tornando uma "panela de pressão" por causa do grande número de refugiados internos que fogem da violência e têm dificultada sua entrada em várias províncias, disse o chefe da unidade de apoio ao Iraque do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Andrew Harper. Em entrevista à BBC, Harper afirmou que as opções para os iraquianos estão diminuindo pois já chega a onze o número de províncias que estão restringindo a entradas de novos refugiados. Segundo o representante da Acnur, as autoridades locais estão sobrecarregadas e não têm recursos para lidar com o fluxo de refugiados. "Os governos (das províncias) impedem fisicamente que as pessoas entrem em seu território, ou negam acesso dos deslocados (refugiados internos) a alimentos, à educação, não permitem o seu registro, ou ainda fazem pressão para que eles continuem seu caminho." Mais de 4,4 milhões de iraquianos fugiram da violência e do caos desde 2003, disse Harper, qualificando este como o maior desafio que a Acnur e a comunidade internacional enfrentam no momento. Cerca de 2,2 milhões buscaram abrigo no exterior e a outra metade vaga dentro do próprio território iraquiano. E o número de deslocados aumenta em média até cem mil por mês, segundo o representante da Acnur. Ajudar os deslocados internos é uma tarefa quase impossível por causa da contínua violência, que muitas vezes acaba atingindo os que tentam ajudar os vulneráveis, concluiu Harper. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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