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PSDB apresenta Serra como nome do partido à sucessão presidencial

Durante evento em Brasília, discursos destacaram experiência de ex-governador e união de partidos.

Por Fabrícia Peixoto
Atualização:

Em uma festa com a presença de aproximadamente duas mil pessoas, em Brasília, o PSDB lançou neste sábado o ex-governador de São Paulo, José Serra, como nome do partido à sucessão presidencial. Serra teve de enfrentar a superlotação do centro de convenções do edifício Brasil 21, onde foi recebido por volta das 10h30, ao som da canção Chão de Giz, interpretada por Elba Ramalho. Durante todo o evento, os discursos enfatizaram a "união" em torno de José Serra, não apenas dentro do PSDB, mas também na relação com os partidos da base aliada, sobretudo DEM e PPS. A demonstração de uma imagem de consenso ocorre após o partido ter discutido, ao longo dos últimos meses, a possibilidade de a agremiação vir a apoiar o então governador de Minas Gerais, Aécio Neves, à presidência. "A essa altura da vida posso dizer com franqueza o que penso: a felicidade de ver ali o futuro presidente do Brasil, José Serra, e a seu lado, o futuro do Brasil, Aécio Neves", disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sob forte aplauso. Logo na entrada do auditório, o principal painel mostrava uma foto de Serra e Aécio, apertando as mãos. Os organizadores do evento, porém, tomaram o cuidado de não apresentar o ex-governador de Minas como vice em uma futura chapa com José Serra, já que Aécio vem demonstrando sua preferência por disputar uma cadeira no Senado. A formalização da candidatura tucana, assim como o nome do vice, precisa ainda passar pelo crivo da convenção partidária, prevista para junho. 'Experiência' Em seu discurso, que durou quase uma hora, Serra deu ênfase a seu currículo e a fatos relevantes de sua história política e pessoal, deixando as críticas ao atual governo em segundo plano. O ex-governador comentou a sua vida no exílio, seu papel como ministro da Saúde e no governo de São Paulo e até seu perfil escolar quando criança. "Em aplicação eu era ótimo. Comportamento vinha sempre em vermelho", disse. Em diversos momentos Serra usou a frase de que "o Brasil pode mais", expressão adotada em sua despedida do Palácio dos Bandeirantes e que deve permear seus discursos daqui para a frente. Sem citar diretamente o governo do PT, Serra criticou "aqueles que fomentam a divisão entre ricos contra pobres". "É deplorável que haja gente que queira dividir o país, não aceito o raciocínio de nós contra eles", disse. 'Marketing' Enquanto Serra optou por um discurso que ressaltava sua experiência, os aliados presentes não mediram esforços em criticar o governo Lula. O alvo principal foi o que chamaram de "marketing" das obras anunciadas pela gestão petista. "Não vi a transposição do Rio São Francisco. Que porto novo foi feito? Um milhão de casas? Tampouco vi", disse Fernando Henrique. "Vamos querer um Brasil que transforma tudo em marketing ou vamos querer um Brasil que construa um futuro?", acrescentou o ex-presidente. O presidente dos Democratas, Rodrigo Maia, e o do PPS, Roberto Freire, também fizeram fortes críticas ao governo Lula em seus discursos. Todos os discursos do dia, de alguma forma, também trataram de posicionar o ex-governador como um a opção "conhecida e portanto de confiança", em uma espécie de comparação velada à ex-ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, nome do PT à presidência. O fato de a ex-ministra nunca ter concorrido a um cargo eletivo é visto por tucanos como um dos principais trunfos de Serra na disputa eleitoral. O evento foi encerrado com um jingle pró-Serra, com a mensagem de que "quando se conhece bem uma pessoa, logo se sabe se é gente boa". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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