Morreu ontem à noite o médico psiquiatra, psicanalista e escritor Roberto Freire, de 81 anos. Ele ficou conhecido na década de 1970 por criar, com base nos estudos de Wilhelm Reich, a Somaterapia, método revolucionário de psicanálise que busca a saúde e a harmonia emocional. Freire estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A causa da morte do psicanalista não foi divulgada. O corpo do escritor foi cremado por volta do meio-dia de hoje, no Crematório da Vila Alpina, na capital paulista. O psiquiatra escreveu vários romances, livros de ensaios e integrou a equipe de roteiristas de séries de televisão como "Malu Mulher" e a primeira edição de "A Grande Família", ambos na Rede Globo. "Sem Tesão Não Há Solução", livro de ensaios, vendeu mais de 200 mil exemplares. Também são bem conhecidos "Cléo e Daniel", "Sem entrada e sem mais nada", "Utopia e Paixão" e "Ame e dê Vexame". Em 1992 foi criado um grupo de pesquisa e ação da Soma, terapia anarquista que nasceu para combater a idéia então vigente na sociedade de controle e redução do prazer, o que a longo prazo, segundo Freire, origina as neuroses. Este grupo de somaterapeutas, chamado de Coletivo Brancaleone, foi supervisionado desde então pelo próprio psicanalista. Freire se definia como "militante do tesão".