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PT cobra da Justiça dados sobre cheque de R$ 1 mi a Temer

Presidente nacional da legenda afirma que se denúncia for confirmada, depoimento do delator de que dinheiro teria ido ao PT deve ser anulado

Foto do author Daniel  Weterman
Por Daniel Weterman e Ricardo Galhardo
Atualização:

O presidente nacional, do PT, Rui Falcão, cobrou da Justiça esclarecimentos sobre o cheque no valor de R$ 1 milhão que teria sido pago pela construtora Andrade Gutierrez para Michel Temer durante a campanha de 2014, denúncia que foi apresentada pela defesa da ex-presidente Dilma Rousseff ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o depoimento de Edinho Silva, ex-tesoureiro da campanha, no processo que a Corte analisa e que pode cassar a chapa Dilma-Temer.

O presidente do PT, Rui Falcão, com Lula em reunião do partido, em hotel de São Paulo Foto: Felipe Rau|Estadão

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Se a denúncia for confirmada, afirmou Falcão, o depoimento do presidente da empreiteira, Otávio Azevedo, dizendo que o dinheiro foi repassado ao PT, precisa ser anulado. "Esse tipo de delação que tem servido como prova para muitas condenações precisa ser questionado. Se é verdade esse cheque, o depoimento dele precisa ser anulado", disse Falcão, durante coletiva de imprensa no intervalo da reunião do Diretório Nacional do PT, em São Paulo.

Na ocasião, o delator afirmou que a empreiteira doou em março daquele ano R$ 1 milhão ao diretório nacional do PT e que esse valor teria sido pago como parte de um acerto de propina de 1% dos contratos da Andrade com o governo federal. A quantia, na versão de Otávio, teria sido repassada do diretório petista para a campanha da chapa Dilma-Temer em 14 de julho.

O cheque e os registros da prestação de contas, contudo, mostram repasse no mesmo valor feito em julho para o diretório nacional do PMDB, em nome de Temer e que, posteriormente, fez o repasse para a campanha. Para a defesa de Dilma, o delator prestou falso testemunho.

Defesa. Temer negou nesta quinta-feira, 10, por meio do porta-voz Alexandre Parola, irregularidades no recebimento do cheque. “Trata-se de um cheque nominal ao PMDB repassado à campanha do então vice-presidente, datado de 10 de junho de 2014. Reitera-se que não houve qualquer irregularidade na campanha do então vice-presidente Michel Temer”, disse.