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Quarto vira salão de beleza

No Icesp, voluntárias ensinam mulheres a usar lenços de jeitos diferentes e fazem manicure

Por Karina Toledo
Atualização:

No salão improvisado em um dos quartos do Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp), voluntárias dão dicas de maquiagem e ensinam as pacientes que vão para a quimioterapia a usar lenços de formas variadas. Limpeza de pele, manicure, corte de cabelo e, para os homens, de barba, também estão disponíveis no Cantinho da Beleza, inaugurado na semana passada. Para os pacientes internados, como é o caso da aposentada Sebastiana Borges, de 63 anos, e de sua colega de quarto Maria Valda, de 46, os serviços são prestados no próprio leito. "A gente tem alguma coisa escondida lá dentro e não sabe", diz Sebastiana ao se olhar no espelho depois que a maquiadora lhe mostrou como amarrar o lenço em forma de flor. Pela terceira vez, a aposentada está perdendo os cabelos por causa da quimioterapia. Tenta se livrar de um tumor no ovário. "Das outras vezes, eu usava só uma tiarinha. Agora, vou adotar o lenço." As maquiadoras são voluntárias da empresa de cosméticos Payot e desenvolvem trabalho semelhante no Hospital e Maternidade-Escola Nova Cachoeirinha, no Hospital Heliópolis, no Hospital Paulistano e no Hospital Israelita Albert Einstein. Já a concorrente Avon tem parceria com o Hospital do Câncer de Barretos, Pérola Byington, Sírio-libanês e outros dois hospitais em Porto Alegre (RS) e Salvador (BA). Showroom. No Sírio Libanês, a sala de estética funciona como um showroom. "Reunimos o que há de novidade em perucas, próteses capilares e mamárias, maquiagens e cosméticos recomendados para pacientes oncológicos", conta a assistente social Isa Maria de Oliveira. A ideia é apenas mostrar aos pacientes as opções e dar dicas de empresas que oferecem descontos. Mas alguns itens emergenciais também estão à venda, como lenços e chapéus. "Muitos não querem deixar o hospital careca", conta Isa. Para as mulheres com câncer de mama atendidas pelo programa de filantropia do hospital, as perucas saem de graça. Há ainda a opção da prótese feita com cabelo natural para aqueles que podem desembolsar cerca de R$ 2,5 mil. "O corte e a cor são feitos seguindo o estilo do cabelo original", conta Heloisa Penteado, dona de uma salão especializado em pacientes oncológicos. "Tenho pacientes de 12 a 80 anos. Cerca de 80% estão em tratamento contra o câncer."

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