Quase candidato, Obama elogia Hillary na Flórida

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Por JEFF MASON
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Assumindo-se como virtual candidato democrata nas eleições presidenciais norte-americanas de novembro, Barack Obama visitou a Flórida na quarta-feira e fez elogios à rival Hillary Clinton, preferindo reservar as críticas ao republicano John McCain. Hillary também visitou a Flórida, para reivindicar que os delegados do Estado tenham direito a voto na convenção nacional de agosto. Ela venceu em janeiro a eleição primária no Estado, que no entanto foi anulada por se antecipar aos prazos estabelecidos no partido. Na terça-feira, Hillary venceu a primária do Kentucky e Obama foi o ganhador no Oregon, resultado que lhe garantiu a maioria entre os delegados eleitos pelo voto direto para a convenção. "Estamos à beira de conseguir obter a indicação", disse Obama num comício em Tampa, na Flórida. Ele espera que ter a maioria entre os delegados eleitos convença ainda mais "superdelegados" a lhe apoiarem. Esses dirigentes partidários e ocupantes de cargos eletivos vão decidir o resultado da convenção, pois podem votar em quem quiserem. Pelas contas da MSNBC, Obama tem 1.961 delegados e precisa conseguir mais 65 para ser o escolhido. Hillary tem 1.783. Ainda há 86 delegados a serem eleitos (em Porto Rico, Montana e Dakota do Sul) e cerca de 200 superdelegados indecisos. Pesquisa Reuters/Zogby mostra que, num confronto contra McCain, Obama aparece 8 pontos à frente. Em seu comício em Boca Raton, na Flórida, ela disse que "as pessoas que votaram [na primária do Estado] não fizeram nada de errado, e seria errado puni-los". "As regras dizem claramente que podemos contar todos esses votos e instalar todos os delegados se assim decidirmos", afirmou ela. Por causa da violação das regras partidárias, Obama não fez campanha na Flórida e nem em Michigan, cuja primária também foi anulada. Por isso, ele agora tenta compensar a ausência de campanha no Estado. Em seu primeiro evento, elogiou Hillary, na esperança evitar que o partido se ressinta da prolongada disputa deste ano. "A senadora Clinton tem feito uma campanha excepcional e merece nossa admiração e nosso respeito. Ela superou barreiras e vai abrir oportunidades para muita gente, inclusive minhas duas filhas", afirmou. O senador também disparou várias farpas contra McCain, criticando a influência de lobistas sobre sua campanha e dizendo que ele é uma nova versão do presidente George W. Bush. Obama afirmou também que, ao criticar sua disposição de conversar com líderes de nações hostis, McCain sinaliza uma política isolacionista como a de Bush. "Não podemos aguentar mais quatro anos da política externa de George Bush, por isso não podemos aguentar John McCain. Ele basicamente quer perpetuar os mesmos erros que George Bush cometeu nos últimos oito anos." (Reportagem adicional de Andy Sullivan e Ellen Wulfhorst)

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