Redação do Saresp é corrigida com uso de computador

O sistema acelerou e aperfeiçoou a correção; cerca de 183 mil textos foram analisados e lidos pelo menos duas vezes

PUBLICIDADE

Por Carlos Lordelo
Atualização:

Pela primeira vez, as provas de redação do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) foram corrigidas com uso de computadores. Os textos foram escaneados e distribuídos às bancas por um software. A correção levou cinco dias e terminou na última quinta-feira. Os resultados devem ser anunciados em março.Na tela do computador apareciam a cópia digital da redação e os campos para as notas de cada critério. Os alunos do 5.º, 7.º e 9.º anos do ensino fundamental são avaliados quanto à obediência ao tema e ao gênero propostos, em relação a coesão e coerência textuais e ao domínio da norma culta. Já os do 3.º ano do ensino médio devem ainda elaborar proposta de intervenção para resolver o problema abordado.Só 10% dos estudantes da rede estadual precisam fazer a redação. Com a amostra, a Secretaria de Educação traça um diagnóstico do sistema e classifica a proficiência dos alunos de acordo com os níveis: abaixo do básico, básico, adequado e avançado.Cerca de 183 mil textos foram analisados. Cada um foi lido pelo menos duas vezes e, em caso de discrepância nas notas, seguiu para terceira e até quarta avaliação. Assim, chegou a 407 mil o número de correções.Apesar do sistema online, todas as 555 pessoas envolvidas no processo examinaram os textos juntos, em um local não informado por questões de segurança. "Como era a primeira vez, resolvemos corrigir presencialmente, até para garantir uma homogeneização das notas", afirma Marcela Fossey, técnica em avaliação educacional da Fundação Vunesp, responsável pela aplicação do Saresp e pelo desenvolvimento do software. Ele poderá ser utilizado no vestibular da Universidade Estadual Paulista (Unesp), também organizado pela fundação.Além de reduzir a quantidade de papel, o sistema permitiu aperfeiçoar o controle da qualidade da correção, diz Marcela. "Os coordenadores recebiam relatórios em tempo real sobre o desempenho dos examinadores. Com isso, podiam orientar rapidamente o pessoal."Segundo a técnica, o programa mostrava os corretores que atribuíam as notas mais discrepantes. Outra maneira de afinar o processo era entregar redações de referência, pré-corrigidas pela coordenação, para saber se a banca estava em sintonia com as exigências da prova.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.