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"Relativa calma" do vulcão Tungurahua cria clima de incerteza

O vulcão pode estar recarregando sua energia ou se tranqüilizando de fato

Por Agencia Estado
Atualização:

A "relativa calma" do vulcão Tungurahua, no Equador, que se mantém desde segunda-feira, despertou a incerteza sobre a sua atividade, já que na última sexta-feira ele soltou lava, gases e cinzas. David Rivero, técnico do Instituto Geofísico, disse nesta sexta-feira na estação Guadalupe, em frente ao vulcão, que "desde segunda-feira a atividade vem se reduzindo paulatinamente, com um menor número de emissões diárias" de diferente intensidade. Rivero observou a redução nas colunas de cinzas, que "não passaram de três quilômetros de altura". O técnico trabalha com dois cenários. No primeiro, o vulcão estaria recarregando sua energia. "Os indícios de deformação não permitem afirmar se ele está se inflando ou se contraindo", explicou. A preocupação é de que algum movimento provoque nova erupção. A outra possibilidade é de que o Tungurahua se tranqüilize totalmente. "Mas após alguns dias, semanas ou meses, pode entrar em atividade outra vez", alertou Rivero, afirmando que "o que já aconteceu não é nada, comparado ao que pode vir pela frente". "Esperávamos uma atividade mais intensa, de acordo com o histórico geológico", explicou. O técnico não descarta que a situação atual seja só um pico e continue assim durante três a cinco anos. "Tudo é incerto, o vulcão se manifesta a cada dia de forma diferente", comentou. O diretor do Instituto Geofísico, Hugo Yepes, disse nesta sexta em Quito que é "pouco provável" um aumento na atividade do Tungurahua a curto prazo. Ele informou que nas últimas 24 horas o vulcão gerou 27 explosões de pequena magnitude e 101 leves tremores em seu interior. O Tungurahua mantém uma baixa atividade pelo terceiro dia consecutivo "com tendência a diminuir", analisou Yepes. Para ele, é "pouco provável que a curto prazo haja novamente uma alta atividade" como a de 14 e 15 de julho. O Tungurahua, situado cerca de 180 quilômetros ao sul de Quito, iniciou seu atual período de erupções em 1999, e desde então tem intercalado períodos de grande atividade com outros de relativa calma. O processo pode durar semanas, meses e até anos. As explosões do fim de semana passado, que segundo os cientistas foram as mais energéticas deste período, afetaram mais de 13 mil pessoas nas áreas próximas, devastando 20 mil hectares de plantações e pastagens.

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