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Renúncia de líderes é festejada na República Centro-Africana

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Por Redação
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Os líderes interinos da República Centro-Africana cederam à pressão internacional e renunciaram nesta sexta-feira, depois de não conseguirem deter a violência inter-religiosa, o que provocou celebrações nas ruas, mas também levantou preocupações sobre quem irá assumir o poder. A renúncia do presidente, Michel Djotodia, e do primeiro-ministro, Nicolas Tiangaye, ocorreu na cúpula de dois dias da Comunidade Econômica dos Estados Centro-Africanos, no vizinho Chade. As conversações para definir uma nova liderança serão realizadas na República Centro-Africana, segundo um comunicado. Milhares de pessoas foram mortas e 1 milhão deixou suas casas desde que a violência cometida por rebeldes de maioria muçulmana, ligados a Djotodia e conhecidos como Seleka, levou cristãos a criarem milícias de autodefesa, depois que ele tomou o poder, em março. Com memórias do genocídio de 1994 em Ruanda reavivadas pela agitação no país, a França enviou centenas de tropas para sua ex-colônia no mês passado para apoiar as forças de paz africanas. Mas os assassinatos continuaram e a França manifestou repetidamente a sua frustração com o governo de Djotodia. Uma fonte diplomática francesa disse que os líderes das potências regionais Chade, Gabão e República do Congo têm seus favoritos para assumir o país, mas que não havia "nenhum candidato em destaque" e a decisão caberia aos líderes locais. "É importante que essa transição aconteça o mais rápido possível", disse a fonte. Um ponto de discórdia provavelmente está em torno da condição de que qualquer pessoa que ocupar um alto cargo no governo de transição não poderá concorrer nas próximas eleições. (Reportagem de Madjiasra Nako e Paul-Marin Ngoupana)

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