
26 de março de 2012 | 15h52
O fundador e membro do conselho da Bats Global Markets, David Cummings, exigiu numa carta aberta que a empresa "desenvolva um plano confiável para sua IPO" e "abra seu capital no segundo trimestre, se possível".
"Pode parecer uma meta difícil, mas acredito que é a única maneira de superar esse obstáculo", escreveu Cummings.
Mas o presidente-executivo da empresa, Joe Ratterman, disse em uma entrevista que não há planos de uma nova tentativa de IPO no futuro próximo, recusando-se a dar mais informações.
Uma grande carta de Ratterman foi divulgada no domingo, tentando explicar a falha de software e desculpando-se por ela, mas evitou a questão da IPO.
"Tivemos um problema técnico", disse Ratterman à Reuters. "É completamente lastimável e muito doloroso. E é nosso dever voltar e trazer de volta a confiança."
Visões divergentes sobre quando o IPO poderia ser relançado foram parte do emaranhado de eventos que se seguiram à altamente inusitada falha de negociações e a retirada do IPO na sexta-feira passada.
A Bats, baseada em Lenexa, Kansas, opera um sistema de compra e venda de ações que negocia ações listadas em outras grandes bolsas como a New York Stock Exchange (NYSE) e a Nasdaq. Desde seu lançamento, em 2005, a Bats cresceu ao ponto de capturar 11 por cento do volume de negociações de ações dos Estados Unidos e uma quantidade menor de negociações de opções de ações.
Na sexta-feira, num evento atenciosamente acompanhado, a Bats listou suas próprias ações na bolsa. Pouco após as ações começarem a ser negociadas, o papel despencou do preço da IPO, de 16 dólares, para menos de 0,01 dólar, um problema que a empresa mais tarde atribuiu a um bug de software.
A falha também interrompeu brevemente a negociação da ação da Apple na bolsa Bats. As compras e as vendas errôneas foram mais tarde anuladas, e a empresa disse no final da sexta-feira que cancelaria a IPO, retornando o dinheiro a investidores que haviam comprado as ações na oferta inicial.
No domingo, advogados especializados em mercados acionários disseram que a decisão de anular a IPO provavelmente reduzirá o risco de a empresa ser alvo de processos, ao limitar a quantidade de acionistas.
Entre aqueles que saíram perdendo após o episódio na sexta-feira está o grupo pré-existente de acionistas da Bats, incluindo os executivos, diretores, empregados e ex-empregados da empresa. Acionistas contatados no domingo se recusaram a comentar.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.