Republicanos barram reforma da vigilância eletrônica nos EUA

PUBLICIDADE

Por PATRICIA ZENGERLE
Atualização:

Um projeto para encerrar a vigilância em grande escala de registros telefônicos da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) fracassou em ser aprovado no Senado norte-americano na terça-feira, após líderes republicanos terem dito que a lei beneficiaria inimigos dos EUA, incluindo militantes do Estado Islâmico.  O “Ato de Liberdade dos EUA” foi apoiado por uma incomum coalizão de democratas e republicanos preocupados com a privacidade dos norte-americanos, mas não obteve os 60 votos necessários para avançar, com o resultado final de 58 a favor e 42 contra.  A medida não deve se tornar lei no curto prazo, uma vez que republicanos vão deter a maioria dos assentos no Senado a partir de 1º de janeiro.  O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, futuro líder da maioria no Senado, atacou o projeto de lei em um discurso no Senado na manhã de terça-feira. Suas preocupações foram refletidas por diversos outros republicanos. “Se nosso objetivo é degradar e destruir o EIIL, como o presidente disse, então isso vai exigir políticas mais inteligentes e uma determinação firme. No mínimo, não devemos fazer nada para deixar a situação pior”, disse McConnell, referindo-se à antiga sigla do Estado Islâmico. A legislação foi a primeira considerada pelo plenário do Senado que tratava de preocupações de privacidade levantadas após as revelações, no passado, do ex-funcionário da NSA Edward Snowden, que mostrou que a inteligência norte-americana estava coletando e armazenando metadados de comunicações, tais como os registros de milhões de telefonemas tanto de norte-americanos como de pessoas de outros países.  Entre outras coisas, o projeto de lei exige que a NSA peça a uma companhia de comunicação pelos registros de uma pessoa específica ao investigar um caso de terrorismo, em vez de indiscriminadamente varrer os registros de milhões de pessoas.  A Câmara dos Deputados aprovou uma versão semelhante, mas menos restritiva, do projeto de lei neste ano. A Casa Branca havia apoiado a legislação, negando acusações de que ela beneficiaria grupos terroristas.  A medida não deve ser abordada no curto prazo. O sucesso dos republicanos nas eleições de 4 de novembro deu ao partido controle sobre a maioria dos assentos no Senado e uma grande maioria na Câmara a partir de janeiro.  Muitas companhias norte-americanas de tecnologia também buscaram realizar mudanças após verem seus negócios sofrerem, à medida que governos estrangeiros se preocupavam com dados que pudessem ser entregues à inteligência norte-americana.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.