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Reunião com Warren Buffett deve atrair multidão nos EUA

Por JONATHAN STEM
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Poucos homens de 77 anos seriam capazes de prender a atenção total de milhares de pessoas por cinco horas. Sean Connery, talvez, ou possivelmente Clint Eastwood. Mas Warren Buffett o faz sem dificuldade. Buffett será o centro das atenções, no sábado, da reunião anual de acionistas da Berkshire Hathaway Inc., a holding que controla seus negócios e que vale aproximadamente 200 bilhões de dólares. A empresa estima que entre 30 mil e 32 mil pessoas, contra 27 mil no ano passado, vão lotar o Qwest Center, em Omaha, no Nebraska, em evento que já ficou conhecido como "Woodstock dos Capitalistas." Os acionistas vão ouvir Buffett e seu assistente animadíssimo, o vice-presidente do conselho de direção Charles Munger, 84 anos, respondendo a perguntas sobre negócios, economia e a vida. "Isso restaura seu entusiasmo por aquilo que, no íntimo, sabemos ser o certo sobre investimento, ética empresarial e tudo o que o capitalismo tem de bom", disse Frank Betz, da Carreta/Zane Capital Management, de Warren, Nova Jersey. "Não gosto de soar tão brega, mas é exatamente isso o que acontece." A Berkshire teve um bom ano em 2007. Seus lucros aumentaram 20 por cento, para 13,2 bilhões de dólares, e sua receita teve o mesmo crescimento percentual, chegando a 118,2 bilhões de dólares, apesar do aumento da concorrência no setor de seguros e do fato de várias de suas mais de 70 empresas terem sido prejudicadas pela crise no mercado imobiliário dos EUA. Enquanto isso, as ações da Berkshire subiram 29 por cento. Warren Buffett possui fortuna de 62 bilhões de dólares, segundo a revista Forbes, o que faz dele a pessoa mais rica do mundo. A maior parte desse dinheiro está em ações da Berkshire, e todas essas ações algum dia serão repassadas a entidades de caridade. DINHEIRO PARA GASTAR A Berkshire vende produtos como tijolos, doces, seguros de automóveis, tapetes, sorvete, jóias, facas, tintas e lingerie. Cerca de metade de seus negócios envolvem seguros e resseguros. A empresa encerrou o ano com 44,3 bilhões de dólares em caixa, mas desde então concordou em gastar parte disso. Em março ela pagou 4,5 bilhões de dólares por três quintos da Marmon Holdings, cujos produtos são usados nos setores da construção e energético. Em 28 de abril, reservou 6,5 bilhões de dólares ligados à aquisição da fabricante de chicletes Wm Wrigley Jr Co pela Mars. As reservas da Berkshire em ações de outras empresas, avaliadas em 75 bilhões de dólares, já incluíram nomes de primeira linha como American Express, Coca-Cola, Procter & Gamble e Wells Fargo. Buffett talvez fale sobre como políticos, reguladores e investidores cobiçosos semeiam a confusão nos mercados. A questão de sua sucessão também será um assunto em pauta na reunião de acionistas. Buffett já disse que há três candidatos internos da Berkshire para tomar seu lugar como presidente-executivo e quatro candidatos "entre jovens e de meia-idade" ao cargo de presidente-executivo de investimentos. E Buffett pode também divulgar suas opiniões sobre as eleições de 2008. Ele já declarou que vai apoiar o Partido Democrata, mas não ratificou nenhum dos pré-candidatos presidenciais do partido, Barack Obama e Hillary Clinton. Mas Buffett às vezes erra em suas previsões. No ano passado ele disse que as hipotecas de alto risco não representavam "um perigo enorme" à economia e que, na ausência de aumentos no desemprego e nos juros, seria "pouco provável que esse fator vá desencadear qualquer coisa de natureza maciça na economia geral." REUTERS MTX

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