Ricardo Mansur compra segunda usina de álcool

Empresário, que enfrenta processos na Justiça por dívidas bilionárias, fechou a aquisição da Destilaria Pignata, em Sertãozinho (SP)

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AQUISIÇÕES - Ricardo Mansur já havia comprado em agosto a Usina Galo Bravo, em Ribeirão Preto

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RIBEIRÃO PRETO

O empresário Ricardo Mansur fechou a compra da Destilaria Pignata, em Sertãozinho (SP), seu segundo negócio no setor sucroalcooleiro em menos de seis meses. O acordo, fechado na última semana, foi comunicado ontem aos funcionários da unidade produtora de etanol. Ex-dono das falidas redes varejistas Mesbla e Mappin (cuja marca foi adquirida recentemente pela rede Marabraz) e do banco Crefisul, liquidado pelo Banco Central, Mansur havia comprado, em agosto, a Usina Galo Bravo, em Ribeirão Preto (SP). O empresário enfrenta diversos processos na Justiça por causa de dívidas bilionárias, boa parte delas com ex-funcionários.

Apesar de emissários de Mansur, entre eles os executivos Gilberto Mascioli e Nino Peticarrari, informarem na terça-feira à noite a representantes dos empregados que a destilaria fora arrendada, a Agência Estado apurou com fontes do setor que houve a compra junto à família Pignata. "Na terça-feira, fomos convocados para uma reunião com os representantes do senhor Ricardo Mansur e fomos comunicados do arrendamento; foi acertado que nos pagarão o salário atrasado de dezembro em parcelas a partir de fevereiro, fizemos uma assembleia hoje (ontem) e aprovamos a proposta", disse José da Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Açúcar, Alimentação e Afins de Sertãozinho e Região.

De acordo com o sindicalista, a intenção do empresário é iniciar a moagem para a produção de etanol na safra 2010/2011 já na primeira semana de fevereiro. A empresa tem 330 funcionários, excluindo cortadores de cana, os quais são contratados exclusivamente para a safra. Há a expectativa de que funcionários demitidos sejam recontratados. "O senhor Gilberto (Mascioli) nos disse que a intenção é crescer", concluiu Silva.

Grande parte do fornecimento de cana-de-açúcar para a usina continuaria com membros da família Pignata, que teriam assinado no acordo um contrato de fornecimento de cana por 15 anos. Com a compra da Destilaria Pignata, Mansur mostra que a estratégia para a entrada no setor sucroalcooleiro é por meio de aquisições de pequenas unidades que enfrentam dificuldades financeiras. Sua primeira usina, a Galo Bravo, tinha uma dívida de R$ 450 milhões, estimada por consultorias que tentavam fazer uma recuperação extrajudicial para a usina.

Na Destilaria Pignata, a única informação é que ninguém estaria autorizado a falar ontem sobre o assunto. A reportagem procurou Mascioli e também João Marcos Pignata, antigo diretor da destilaria, deixou recado em suas residências, mas nenhum dos dois respondeu. Ricardo Mansur também não comentou o assunto.

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