FESTA DA GAROTADA - São-paulinos comemoram o título, conquistado de maneira invicta, depois de grande campanha na competição
A torcida do São Paulo, acostumada a reverenciar Rogério Ceni, tem agora outro motivo de orgulho embaixo das traves. Em seu primeiro grande teste, o goleiro Richard mostrou ontem que tem estrela. Com três defesas na decisão por pênaltis, a revelação de 18 anos brilhou na final contra o Santos e garantiu o terceiro título tricolor na Copa São Paulo de Juniores. Richard demonstrou ter estrela já na segunda etapa da partida, quando, após fazer falta violenta no santista Renan, livrou-se da expulsão. O juiz Thiago Peixoto optou pela advertência apenas com cartão amarelo.
A conquista fez justiça a uma campanha vistosa dos são-paulinos, que antes da final mantinham 100% de aproveitamento. O troféu, porém, veio no sufoco.
Ontem, diante de mais de 20 mil pessoas no Pacaembu, o time saiu pela primeira vez atrás no placar, com o gol de Renan na etapa inicial. O empate só veio a cinco minutos do fim, em um golaço do meia Ronieli, num belo chute de virada. Foi então que Richard, aposta para ser o futuro dono do gol do São Paulo, apareceu para decidir.
O herói tricolor teve sua importância evidenciada nas reclamações do rival por não ter recebido cartão vermelho. "Se o Richard tivesse sido expulso, o São Paulo não teria sido campeão", disse o técnico Narciso, do Santos, referindo-se à forte entrada sobre Renan. "O atacante era muito veloz e veio para cima de mim. O choque era inevitável", defendeu-se o goleiro, o menos vazado da competição, com três gols sofridos.
Desde 2002 no São Paulo, tem contrato com o clube até o fim do ano. Além dele, o Tricolor tem outros motivos para celebrar a boa safra de talentos.
Dois deles são os atacantes Ronieli, autor do gol salvador na final, e Lucas Gaúcho, artilheiro isolado, com 9 gols. Outro destaque é o meia Marcelinho, principal armador de jogadas no ataque que marcou 27 gols nesta Copa São Paulo.
No Santos, o camisa 10 Alan Patrick firmou-se como principal nome do time na Copinha. Ontem, deu bom passe para o gol santista e foi um dos melhores em campo. Primeiro a desperdiçar a cobrança na decisão por penalidades, o meia não teve apagadas as boas atuações ao longo da competição.
DUELO EQUILIBRADO
O empate por 1 a 1 foi fiel ao que as equipes apresentaram. O Santos dominou a etapa inicial e poderia ter feito mais que o gol de Renan, aos 18 minutos. Desgastado pela vitória nos pênaltis sobre o Palmeiras na semifinal, o time da Vila sucumbiu à pressão tricolor no 2.º tempo.
Nos pênaltis, os santistas Alan Patrick, Alemão e Renan, pararam em Richard. Pelo São Paulo, Jefferson, Dener e Marcelinho asseguraram a festa.