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Rio+20 pode reverter imagem de cidade 'perigosa'--superintendente

Por RODRIGO VIGA GAIER
Atualização:

O governo do Rio de Janeiro quer utilizar a Rio+20, conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável, como uma oportunidade para apagar a imagem de uma cidade violenta e mostrar que conseguiu aprimorar a atuação da polícia para receber a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. "A imagem do Rio de Janeiro ainda é negativa, e a gente espera que os grandes eventos revertam definitivamente a ideia de cidade perigosa", afirmou o superintendente de planejamento operacional da Secretaria de Segurança do Estado, Roberto Alzir. "A Rio+20 pode ser sim (um carimbo para os avanços no combate à violência). Vemos como uma janela de oportunidade para o Rio mostrar que não merece a imagem de cidade violenta que ela ostenta", disse o delegado da Polícia Federal, que ocupa um cargo estratégico na Secretaria de Segurança. Segundo ele, apesar da redução nos índices de criminalidade no Estado e na capital, com a implantação da política das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), dos novos investimentos nas polícias e uma política de metas para policiais, o Rio ainda é uma cidade estigmatizada por anos de deficiência no combate à violência. Os homicídios dolosos no Rio de Janeiro baixaram 32,3 por cento, entre 2006 e 2011, passando de 7.649 para 4.286 casos, segundo a Secretaria de Segurança. A taxa de homicídios dolosos para cada grupo de 100 mil habitantes baixou de 41,1 para 26,5 em 2011, bem acima dos limites estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). "Acima de 10 considera-se epidemia... ainda estamos distantes do padrão adequado e a taxa de homicídio precisa cair muito. É um trabalho de 10, 15, 20 anos para consolidar o Rio de Janeiro", declarou o superintendente. Para fazer frente à agenda internacional nos próximos anos, foi criada uma subsecretaria de grandes eventos ligada à Secretaria de Segurança que estará em operação em breve. Além disso, para garantir o sucesso na preparação da segurança da Rio+20 desde de março dois profissionais da polícia do Rio de Janeiro se dedicam exclusivamente à montagem do planejamento da conferência. Eles atuam também na interlocução com outros órgãos federais e municipais como Forças Armadas, Comando Militar do Leste e ministérios que também estarão envolvidos na segurança do evento, de 13 a 22 de junho. "NADA OSTENSIVO" O planejamento preliminar prevê o dobro do efetivo de policiais civis e militares nas áreas onde haverá eventos da Rio+20. Segundo Alzir, serão 3 mil policiais extras nas zonas norte, sul, oeste e centro da cidade. A Polícia Federal deve empregar outros 3 mil homens na cidade no período de pico da Rio+20, segundo informações de fontes. A previsão inicial é que as Forças Armadas destaquem cerca de 10 mil militares ao longo do evento. "Eles estarão espalhados por pontos estratégicos da cidade, mas ao contrário da Rio 92 e outros eventos, desta vez não está previsto o uso de tanques e veículos pesados apontados para favelas do Rio de Janeiro", disse o superintendente. "Desta vez, não vai ter ocupação de favela como em vezes anteriores como na época de eleições... vai haver uma proteção maior nas comunidades não pacificadas que estejam perto dos locais de eventos, mas nada ostensivo", afirmou Alzir, lembrando que em eventos anteriores como eleições e na Rio 92 a atuação das forças policiais foi bem diferente na cidade. Um esquema especial de segurança está sendo preparado também para as 22 UPPS da cidade. Segundo Alzir, haverá uma redefinição da escala para ampliar o efetivo diário nas unidades que receberão durante a Rio+20 visitas de delegações estrangeiras. Atualmente, há 5 mil homens nas UPPs da cidade e até 2014 a proposta é ter 12 mil policiais em 40 unidades de polícia.

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