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Roche recolhe anti-retroviral Viracept do mercado

Lotes apresentaram contaminação por substância cancerígena durante fabricação

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Por Redação
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A companhia farmacêutica Roche anunciou na quarta-feira a retirada do mercado europeu, e de "algumas outras regiões do mundo", de todos os lotes em pó e em comprimidos do remédio Viracept, usado no tratamento da aids, por causa de "impureza química". A empresa, de origem suíça, recomenda aos pacientes que entrem em contato com seu médico para iniciar tratamentos alternativos. O pedido foi reiterado pela Agência Regulatória de Remédios e Cuidados com a Saúde da Grã-Bretanha (MHRA, na sigla em inglês). A retirada do mercado não afeta os lotes distribuídos nos Estados Unidos, no Canadá e no Japão. A empresa não especifica na nota quais seriam "as outras regiões do mundo" e se entre elas estaria o Brasil. ‘Odor estranho’ A empresa indica que recebeu reclamações de lotes de Viracept 250 mg "com um odor muito estranho". Na nota, a Roche diz que "uma análise química detalhada mostrou que os comprimidos contêm níveis mais altos do que o normal de ácido metano-sulfônico etil éster", substância genotóxica, ou seja, que pode afetar os genes e levar ao surgimento de câncer. O Viracept, cujo nome genérico é nelfinavir, faz parte do grupo de inibidores de protease. O medicamento é parte de muitos coquetéis usados para tratar pessoas que começam a tomar anti-retrovirais. Essa classe de medicamento reduz a velocidade de difusão do HIV pelo corpo, além de diminuir o risco de os pacientes desenvolverem doenças oportunistas, ligadas à infecção. Ela está no mercado há dez anos. Na Europa, recebeu o sinal verde para comercialização em 1998 e no Brasil está disponível desde 1997. Até a noite de ontem, a assessoria de Imprensa do laboratório Roche não sabia informar se o medicamento será recolhido do mercado brasileiro.

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