Romney e Obama lutam por vantagem nos últimos dias de campanha

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Por PATRICIA ZENGERLE
Atualização:

O republicano Mitt Romney e o presidente Barack Obama atravessaram o país no sábado, numa última tentativa de arrancar a vitória em um punhado de Estados que vão decidir a eleição presidencial da próxima terça-feira. "Faltam três dias! Faltam três dias!" gritava a multidão de cerca de 2 mil pessoas reunidas num comício em New Hampshire, de manhã cedo, enquanto Romney pressionava seus partidários a convencerem seus vizinhos que têm cartazes de apoio a Obama nas suas casas, a mudarem de ideia. Em um editorial no Wall Street Journal, Romney afirmou que ele faria um trabalho melhor do que Obama para superar divisões partidárias em Washington. "Depois de quatro anos de decepções, é preciso uma nova direção para consertar os problemas da América", escreveu ele. Obama, que passou grande parte da semana supervisionando os esforços para ajudar na recuperação dos Estados afetados pela tempestade Sandy, recebeu um briefing no centro de operações de gerenciamento de emergências, em Washington, antes de retomar sua campanha. "Não há nada mais importante do que fazer isso direito," disse Obama em relação à ajuda emergencial, antes de voar para Ohio, para um comício. A catástrofe climática aumentou a expectativa para que ele mostre como a sua administração reage de maneira rápida e eficaz, em situações de crise, enquanto moradores de Nova York e Nova Jersey reagem com frustração à falta de energia e de gasolina. "Ele está focado nisso o tempo todo, e não está no palco, falando," disse a porta-voz da campanha de Obama, Jen Psaki, aos repórteres, a bordo do Air Force One. CORRIDA EMPATADA A corrida pela Casa Branca continua tecnicamente empatada em nível nacional. Uma pesquisa diária Reuters/Ipsos divulgada neste sábado, mostrou Obama na frente de Romney, porém com uma margem estatisticamente insignificante de um ponto percentual, com 47 por cento contra 46 por cento. A margem apertada da campanha está evidente há meses, mas se mostrou claramente no sábado, quando Obama e Romney programaram comícios, com seis horas de diferença, na cidade de Dubuque, em Iowa. Romney tentou expandir o campo de batalha ao longo da semana passada para os Estados que eram considerados fora de seu alcance. Seu vice e companheiro de chapa, Paul Ryan, estava a caminho da Pensilvânia ainda neste sábado, e o próprio Romney está confirmado para fazer campanha lá, no domingo. Funcionários de Obama dizem que Romney está fazendo campanha lá por desespero, porque ele não conseguiu estabelecer uma liderança clara em estados como Ohio, que são cruciais para ele. Uma variedade de pesquisas estaduais mostram que Obama tem uma leve vantagem em Ohio, Iowa, Nevada e Wisconsin, que lhe permitiria conseguir uma vitória apertada na terça-feira, impedindo qualquer surpresa de outro lugar. Entretanto, a campanha de Obama está enviando a esposa do vice-presidente Joe Biden, para a Pensilvânia e o ex-presidente Bill Clinton para Minnesota. Romney está ligeiramente na frente nos outros quatro estados decisivos - Flórida, Virgínia, Colorado e New Hampshire e parece manter uma vantagem clara na Carolina do Norte. Em Maritetta, Ohio, Ryan criticou o presidente por ele ter dito durante a campanha, que "votar é a melhor vingança". "Nós não acreditamos em vingança. Acreditamos em mudança e na esperança, de verdade," disse Ryan para uma multidão de 1.500 pessoas. Psaki disse que o presidente estava simplesmente dizendo aos eleitores que se opõem à política de Romney que eles podem decidir se as políticas serão aplicadas. "Se você acha que é um mau negócio para a classe média, então você tem o poder e pode ir até a cabine de votação," disse Psaki.

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