RS ainda tem 3,5 mil desalojados

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Por Elder Ogliari
Atualização:

O número de desalojados por alagamentos caiu de 25 mil no sábado para 3,5 mil no início da noite deste domingo no Rio Grande do Sul. A estimativa foi feita pela Defesa Civil depois de consulta aos municípios atingidos pela chuva e ventania no final de semana, especialmente da noite de sexta-feira até a tarde de sábado. "A maioria das pessoas conseguiu voltar para casa em poucas horas, mas há moradores de zonas mais baixas que terão de esperar até segunda-feira", avaliou o tenente-coronel Joel Prates Pedroso, subchefe da Defesa Civil no Estado, ao divulgar as informações. Os prefeitos de Santo Antônio da Patrulha, Caraá, Itati, Três Forquilhas e Alvorada manifestaram intenção de decretar situação de emergência, mas não adotaram a medida durante o domingo. A seqüência de quase 30 horas de chuva ininterrupta com algumas rajadas de vento de até 118 quilômetros por hora foi provocada pela formação de um ciclone extratropical na costa dos Estados do Sul e atingiu especialmente o litoral norte do Rio Grande do Sul e a região metropolitana de Porto Alegre. O temporal cessou durante a tarde de sábado, dando lugar a chuvas esparsas, garoa e vento fraco, que se mantiveram durante todo o domingo. As condições climáticas mais brandas fizeram com que a água saísse da maioria das casas atingidas, mas as conseqüências do temporal ainda foram sentidas por muita gente durante o domingo. Em Porto Alegre, 300 pessoas permaneciam abrigadas em dois centros comunitários. Outras 70, que não quiseram ficar distantes de suas casas por temerem saques foram alojadas em dois ônibus, estacionados pela prefeitura diante da vila onde vivem no bairro Cristal. No litoral, 140 pessoas seguiam em ginásios de esportes de Santo Antônio da Patrulha, Cidreira e Tramandaí. Os demais desalojados ficaram em casas de vizinhos e parentes. O transbordamento do Arroio Três Forquilhas manteve o quilômetro 40 da BR-101 interditado desde a tarde de sábado. Os motoristas que trafegaram pela rodovia, principal ligação do Estado com Santa Catarina, tiveram de usar a Estrada do Mar, uma rota estadual paralela. Outra via estadual, a Rota do Sol, que desce da serra para o litoral, foi interrompida por deslizamentos. Cerca de 50 mil casas espalhadas pelas regiões mais afetadas ainda estavam sem energia elétrica esta noite. No momento mais crítico do final de semana, na manhã de sábado, o problema chegou a atingir 275 mil residências. O ciclone deve se afastar para alto mar nesta segunda-feira. O tempo vai melhorar, mas permanece ao menos uma ameaça aos moradores das margens dos rios Gravataí e Sinos. A Metsul Meteorologia emitiu nota advertindo que a água da chuva nas cabeceiras, nas encostas da serra, chegará a região metropolitana de Porto Alegre, em cidades como Gravataí, Cachoeirinha e São Leopoldo, elevando o nível dos rios no início desta semana. Santa Catarina O ciclone extratropical também provocou alagamentos no litoral sul de Santa Catarina. O município mais prejudicado foi Ermo, que decretou situação de emergência. O prédio da prefeitura transformou-se em abrigo para acolher as 40 famílias que tiveram de sair de suas casas. Em Jacinto Machado, quatro famílias tiveram de passar o domingo na residência de parentes. Outras 300 ficaram ilhadas pelo transbordamento do Rio da Pedra, mas não precisaram sair de suas casas. Os prefeitos de Jacinto Machado, Paulo Lopes e Arroio Silva informaram à Defesa Civil a intenção de decretar situação de emergência.

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