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Rússia diz já ter cumprido acordo de paz com Geórgia

Embaixador russo na União Européia diz que há 'diferentes interpretações' sobre plano.

Por Márcia Bizzotto
Atualização:

O embaixador da Rússia para a União Européia, Vladimir Chizhov, afirmou nesta terça-feira, em Bruxelas, que seu país já cumpriu todos os seis pontos do acordo de paz assinado com a Geórgia. O cumprimento do acordo foi a condição imposta pelos líderes europeus para dar seqüência às negociações de um novo tratado de associação entre a Rússia e o bloco europeu. "Com a declaração (adotada durante a cúpula extraordinária de segunda-feira), a União Européia está batendo uma porta aberta: todos os contingentes já se retiraram da Geórgia", disse Chizhov em entrevista coletiva. "A Rússia já implementou integralmente o plano de seis pontos." Segundo o embaixador, a permanência de 500 soldados russos em território georgiano está prevista no acordo de paz, mas não é reconhecida pela União Européia e pela Geórgia devido a "diferentes interpretações" do acordo. A Rússia defende que o plano de paz assinado pelo presidente Dmitry Medvedev incluía um preâmbulo que foi suprimido na versão aprovada pelo presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, assim como o compromisso de iniciar um debate internacional sobre o futuro status das regiões separatistas de Abecásia e Ossétia do Sul. Duas versões De fato, o presidente francês Nicolas Sarkozy, promotor do acordo, informou que havia mudado a proposta inicial a pedido de Saakashvili, que não estava disposto a aceitar um questionamento sobre o status de suas províncias. "O que Saakashvili assinou não era o texto completo, e isso deve ter influenciado as interpretações e as decisões do conselho europeu", disse Chizhov. Medvdev não teria assinado a segunda versão do texto e, por isso, não a considera válida. É isso que tentará explicar aos líderes europeus durante a reunião que realizarão em Moscou na próxima segunda-feira e que poderá definir o futuro das relações entre a União Européia e a Rússia. Ambas as partes deveriam se reunir nos próximos dias 15 e 16 em Bruxelas para continuar as negociações para o novo acordo de associação, que vem sendo adiado por quase dois anos devido a diferenças entre os países europeus sobre como a ex-potência soviética deve ser tratada. "Se no dia 8 de setembro a retirada das forças russas (da Geórgia) não estiver completa, então teremos que revisar nossas decisões", disse Sarkozy na segunda-feira, ao terminar a reunião dos líderes europeus sobre a crise no Cáucaso. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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