Sabesp anuncia que vai recorrer de multa no Guarujá

PUBLICIDADE

Por REJANE LIMA
Atualização:

O Diretor de Sistemas Regionais da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Umberto Semeghini, disse hoje que a empresa vai recorrer das duas multas recebidas da prefeitura do Guarujá por causa de dois vazamentos na tubulação de esgoto da cidade do litoral paulista. O problema já foi solucionado, mas os vazamentos afetaram diretamente nas praias de Pitangueiras e Enseada."Não tivemos problema de manutenção, o sistema de drenagem do município que não foi suficiente para suportar a grande quantidade de água da chuva e essa água acabou se infiltrando no nosso sistema", disse Semeghini, completando que estranhou o posicionamento da prefeitura em aplicar as multas que totalizam R$ 303 mil a Sabesp. "Estamos fazendo um trabalho muito forte em parceria com a prefeitura, como o canal limpo, que detecta ligações clandestinas de esgoto. Eles conhecem nossos esforços na manutenção de tudo", afirmou.Porém, segundo o diretor, é muito difícil evitar que o esgoto do Guarujá não termine nas praias porque um terço do que é produzido na cidade não recebe tratamento. "Cem por cento do esgoto coletado pela Sabesp é tratado, mas um terço da cidade são moradias irregulares que não recebem tratamento. À medida que essa regularização é feita, a prefeitura avisa e a Sabesp instala a infraestrutura, mas essa regularização também precisa ser agilizada."DiarreiaDe acordo com o infectologista Evaldo Stanislau Affonso de Araujo, do hospital Ana Costa, de Santos, não é possível afirmar que o direcionamento do esgoto vazado para o mar pode ter causado o aumento de casos de diarreia esse ano na cidade. "Não dá para afirmar que seja a causa específica da diarreia. Entretanto, é evidente que uma condição sanitária precária contribui, além do fato em si ser indesejável. Isso funciona como sentinela de que o sistema sanitário da região não é bom", disse o médico, completando que além da água do mar contaminada, a ingestão de comida lavada indevidamente e o acúmulo de pessoas também contribuem com a proliferação desse tipo de doença."Não existe apenas um fator, mas um conjunto de fatores que se traduzem por essa época do ano. Essa é uma doença sazonal, todo verão tem esse tipo de ocorrência, o que está sinalizado é que falta investimento em infraestrutura sanitária", afirmou. De acordo com a prefeitura, desde o dia 3 de janeiro, 997 pessoas já foram atendidas com diarreia nos hospitais do município, número inferior ao registrado no surto do verão passado, quando foram registrados 2.109 casos no mesmo período.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.