Safra, interesse de vendas e Chicago pressionam milho no Brasil

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Por Redação
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A boa safra de milho neste verão no Brasil, o interesse dos produtores em vender sua produção e uma paralisação dos negócios de exportação têm pressionado os preços do cereal no mercado interno neste início de ano, avaliou nesta terça-feira o Cepea, centro de estudos da Universidade de São Paulo. Desde o início do ano, os preços do milho no mercado de balcão (recebido pelo produtor) recuaram mais de 16 por cento e caíram mais 14 por cento no mercado de lotes (negociações entre empresas), considerando-se a média das regiões acompanhadas pelo Cepea em vários Estados do Brasil. Na segunda-feira, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, que registra negócios na região de Campinas (SP) e serve de referência para o mercado financeiro, fechou a 28,46 reais por saca de 60 kg, num recuo de mais de 15 por cento. Uma boa colheita de verão seguida de uma segunda safra com perspectiva de ser recorde pressionam os preços, disse o Cepea. Além disso, há muitas regiões deficitárias em capacidade de armazenagem e que produzem volumes expressivos do cereal, o que requer a venda conforme avança a colheita, afirmaram os pesquisadores. "Novos negócios para embarque em curto prazo estão praticamente parados", acrescentou o Cepea em nota, acrescentando que há registro apenas de uma aceleração gradual nos negócios com grãos da segunda safra, que deverá ser colhida em meados do ano. INFLUÊNCIA DE CHICAGO As estimativas de crescimento na área de milho nos EUA, com expectativa de safra recorde no maior exportador mundial do cereal, pressionam ainda mais o cenário de médio prazo no Brasil, completou o centro de estudos. O milho na bolsa de Chicago caiu nesta terça-feira pela terceira sessão consecutiva, à mínima de nove meses, com fundos liquidando posições depois de um relatório do Departamento de Agricultura do EUA (USDA) que mostrou, na quinta-feira, que os estoques no país estão maiores do que o estimado pelo mercado. O contrato já caiu certa de 1 dólar por bushel, ou 13 por cento, desde a divulgação do USDA. (Por Gustavo Bonato)

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