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SAIBA MAIS-Principais fatos sobre a Guerrilha do Araguaia

Por FERNANDO EXMAN
Atualização:

Ocorridos entre 1972 e 1974, os combates entre as tropas da ditadura militar e a guerrilha do Araguaia deixaram cerca de 70 pessoas desaparecidas --guerrilheiros e moradores locais. Leia abaixo alguns dados sobre o movimento. * Formada por integrantes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), a Guerrilha do Araguaia começou a ser estruturada na segunda metade da década de 1960 com o objetivo de combater o regime militar (1964-1985). * Seus quadros eram compostos por estudantes e profissionais de diversas áreas, como geologia, economia e medicina. * Por meio de uma luta realizada em área rural de forma semelhante à que ocorreu na China, o objetivo dos guerrilheiros era criar uma zona livre no sul do Pará, mobilizar a população e fazer uma revolução para depor o regime. * A guerrilha era dividida em três grupos com cerca de 20 componentes cada, os quais eram comandados por uma comissão militar e também se dividiam em agrupamentos menores. * Chamados na região de "paulistas", os guerrilheiros viviam em meio à população local. Compraram pequenos pedaços de terra, atuavam como comerciantes, na agricultura e na área de saúde. * Os militantes receberam apoio de diversos moradores do local, mas alguns habitantes da região também colaboraram com as tropas do governo. * A repressão teve início em 1972, mas foi necessária a realização de três campanhas durante cerca de três anos para desmantelar o comando da guerrilha e perseguir os demais combatentes sobreviventes. Foi a maior mobilização das Forças Armadas do Brasil desde a Segunda Guerra Mundial. BUSCA POR DESAPARECIDOS * A partir de 1982, com o início do processo de redemocratização do país, familiares de ex-integrantes do movimento passaram a cobrar na Justiça a localização e recuperação dos restos mortais dos desaparecidos. * Como não foram atendidos, em 1995 pediram ajuda da Organização dos Estados Americanos (OEA). * O caso chegou à Corte Interamericana de Direitos Humanos. Em 26 de março de 2009, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA apresentou ao tribunal uma demanda contra o Brasil. * No dia 29 de abril deste ano, o então ministro da Defesa, Nelson Jobim, assinou portaria criando um grupo de trabalho com a finalidade de localizar, recolher e identificar os restos mortais dos desaparecidos. * Na portaria, publicada no Diário Oficial, Jobim reconhece que até então as expedições realizadas apresentaram resultados limitados. * O grupo de trabalho, composto também por representantes dos governos do Pará e do Distrito Federal, é coordenado pelo Exército e receberá o acompanhamento de outros órgãos governamentais e entidades independentes. * A princípio, o colegiado terá de apresentar um relatório sobre seus trabalhos até o fim de abril de 2010. O prazo, entretanto, poderá ser prorrogado pelo Ministério da Defesa.

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