Saneamento ajuda desempenho escolar, diz pesquisa

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Por CARINA URBANIN
Atualização:

O acesso ao saneamento básico causa um aumento de 30% no aproveitamento escolar infantil, segundo pesquisa do Instituto Trata Brasil, divulgada hoje. Elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o estudo afirma ainda que 11% das faltas cometidas por trabalhadores que habitam regiões sem saneamento estão ligadas a esse motivo. "É preciso maior conscientização sobre os impactos sociais e econômicos que a falta de saneamento traz para a sociedade", avaliou o presidente do Trata Brasil, Luis Felli. "Cada R$ 1 milhão investido em obras de esgoto sanitário gera 30 empregos diretos e 20 indiretos" ressaltou. "Com o investimento de R$ 11 bilhões por ano, reivindicado pelo setor de saneamento, calcula-se que sejam gerados 550 mil novos empregos no mesmo período", diz Felli. De acordo com o estudo, a falta de saneamento atinge 53% da população brasileira e deverá afetar ainda no próximo século, grande parte dela. A universalização do acesso à rede geral de esgoto deverá acontecer apenas daqui a 115 anos, em 2122, informa a pesquisa. O levantamento estendeu-se também ao segmento de turismo. Foram observados destinos indicados pelo Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur). Apesar do relevante aumento de arrecadação e renda resultantes do maior fluxo de pessoas nessas regiões, o professor Marcelo Néri, coordenador da pesquisa, afirmou que essas localidades turística acusam ainda um subinvestimento nas necessidades básicas. Segundo a pesquisa, a Bahia, com o Projeto Bahia Azul, voltado ao saneamento e meio ambiente e adotado na década de 70, registrou, em nove anos (1991-2000), um crescimento na taxa de acesso à rede de esgoto de 18,84% para 68,42% (aumento de 236,98%). O que lhe rendeu o terceiro lugar no ranking de acesso ao saneamento no País em 2006, com 78,42%, atrás apenas de Minas Gerais (83,58%) e São Paulo (78,64%). Rio Já no Rio de Janeiro, o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) não conseguiu resultado satisfatório, principalmente se comparado aos resultados apresentados na Bahia, Estado maior e mais pobre. Também num período de nove anos (1991 a 2000) o Rio apresentou aumento no índice de acesso populacional ao saneamento de 47,08% para 64,98% (aumento de 38,02%). Resultado baixo que, segundo a pesquisa, pode se ver refletido na deflagrada epidemia de dengue. "Com a pesquisa, desenha-se um cenário mais completo sobre as conseqüências ao desenvolvimento das gerações presentes e futuras. A universalização do saneamento no País é fundamental para melhorar os indicadores de desenvolvimento humano brasileiros", concluiu o presidente Instituto Trata Brasil.

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