Sarney: perda de Saramago abre espaço na literatura

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Por CAROL PIRES
Atualização:

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), lamentou a morte do escritor português José Saramago, com quem afirma ter tido uma "convivência estreita e carinhosa". "A perda de um escritor do porte de José Saramago abre um espaço na literatura de língua portuguesa", afirma o senador, em nota à imprensa.Prêmio Nobel de Literatura, José Saramago morreu por volta das 13h (8h em Brasília) desta sexta-feira, em sua casa em Lanzarote (Ilhas Canárias), aos 87 anos de idade. Segundo relato da esposa dele, a tradutora Pilar del Rio, Saramago havia passado uma noite tranquila e, depois de tomar café da manhã com a mulher, começou a passar mal e faleceu em pouco tempo. Segue a nota de Sarney:"A perda de um escritor do porte de José Saramago abre um espaço na literatura de língua portuguesa. Autor de estilo difícil e provocador, trabalhava seus personagens sempre com características psicológicas.Quando foi escolhido Nobel, achei que tinham preterido Jorge Amado, maior do que ele. Mas Saramago tornou-se um personagem mitológico, um centauro que dividia a literatura com a política, sempre em posições críticas sobre a sociedade atual.Tínhamos uma convivência estreita e carinhosa. Mas ele me conquistou definitivamente quando visitou o Maranhão, em 1989, e deslumbrou-se com a arquitetura colonial portuguesa de São Luís. Ao olhar as ruínas de Alcântara, disse que aquele era o lugar ideal para se passar os últimos dias da vida. Tive a honra de ser escolhido para saudá-lo quando, em 1997, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Brasília.Saramago morreu em pleno ápice de sua produção literária. Prova disso é o seu último livro intitulado ''Caim'', onde repete a temática exuberante e uma jovialidade que enganava a idade cronológica. Deixa marca indelével.José Sarney".

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